terça-feira, 2 de março de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 58

- Bradley, me beija! - sussurrou Andrew, depois de morder o lábio inferior.
- Tudo bem, Andrew, eu sei que... o quê? Hã, o que você disse? - gaguejei, não acreditando no que ouvi.

Andrew revirou os olhos com aquele jeitinho impaciente, colocou as duas mãozinhas brancas delicadas como porcelana nos meus ombros largos e me olhou no fundo dos olhos.
- Eu mandei você me beijar, imbecil! - reclamou ela, mais àspera.
- Olha, eu não gosto de agressividade tá. - eu ri.

Ela rangeu os dentes e se virou para ir embora outra vez, mas puxei ela para mim sedento pelo seu beijo... mas, instantes antes de eu encostar meus lábios nos dela, a campainha tocou.
- Quem será? - sussurrei, paralisado a poucos centímetros do rosto dela.
- Vai atender... - respondeu ela, meio ofegante.
- Mas agora?
- Brad!
- Fique aqui. Você não me escapa! - disse, soltando ela.

Passei pela sala em um jato, chegando à porta da frente sem respiração. Abri e dei de cara com a sombra dos meus pesadelos - Adam Turnwell.
- Ah, oi... é... - gaguejei.
- Seu pai está? - perguntou Adam, imperativo, enquanto eu distinguia a sombra mais alta atrás dele.
- Ele não é meu pai, é marido da minha mãe, só! - reclamei, com aspereza.
- Claro, claro, rapaz. Só queremos falar com seu responsável. - disse o homem alto atrás de Adam, com um sotaque britânico pavoroso.
- Entrem... - eu disse, boquiaberto.

O dois entraram na sala e olharam a extensão do ambiente de cabo a rabo com a mesma expressão de desdém. O homem com Adam, que só podia ser o pai dele, louro e braquelo, bem encorpado, olhou para mim com as sombrancelhas peludas levantadas inquisitivas. Eu entendi logo.
- Ah... é... sentem-se por favor. - disse, todo atrapalhado.

Os dois se sentaram, mas apenas Adam passou um lencinho branco no sofá antes. Queria que minha mãe tivesse visto isso, britanico nojentinho. Andrew apareceu na soleira da porta da cozinha, e escancarou a boca para mim ao ver quem estava na sala. Eu dei de ombros.
- Bem, senhor... eu sou Bradley Tommas. - me apresentei ao homem, estendendo a mão.
- Ah, então você é o infrator... cof cof, quer dizer, o rapaz que bateu no carro do meu filho. Sou Robert Turnwell. - respondeu ele, pegando minha mão com receio.
- Olá Adam, senhor... - disse Andrew, entrando no ambiente.
- Andrew Marew. A belíssima irmã de Brad. - disse Adam, maravilhado, se levantando para pegar a mão de Andrew e beijá-la.

Andrew olhou assustada para mim.
- Ei! - gritei, e Adam olhou para mim. - Ela... não é minha irmã. - foi só o que consegui dizer, e Andrew revirou os olhos.
- Sei disso. Ela é um ser muito superior a você, senhor Stanley. - riu Adam.
- Eu concordo! - ajudou Andrew, rindo.
- Em alguns minutos minha mãe e meu padrasto estarão aqui. - avisei, mau-humorado.

Adam se sentou novamente, e ele juntamente com o senhor Robert ficaram me encarando. Eu franzi o cenho e perguntei.
- Que é?
- Não vai nos oferecer nada? - perguntou Adam, pasmo.
- Não, por que? - fiquei pasmo também.
- Na Inglaterra se oferece algo para beber aos visitantes. Argh! América! Terra de bárbaros! - se indignou Robert.
- Nos Estados Unidos as pessoas se comportam como gente na casa dos outros! Inglaterra, terra de frescos! - respondi, na lata. Não ia aguentar essa calado. Andrew caiu na risada.
- Me chamou de fresco? - se ofendeu Adam.
- Se a carapuça serviu... - respondi.
- Ei, ei, ei, ei! Qual é gente, onde está a educação de vocês? Se comportem! - reclamou Andrew.

Nesse momento ouvi o sedan de Jonathan entrando no jardim. Quase gritei "Aleluia!".

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