segunda-feira, 1 de março de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 57

Estacionei o Maverick na garagem sem problemas, percebendo que Andrew não deixava mais a moto no caminho para me atrapalhar. Saí do carro e dei a volta pelo jardim até a porta sala. Joguei a bolsa no sofá e fui até a cozinha tomar um copo de àgua. Andrew estava lá, encostada pensativa na bancada.
- Oi, Andrew. - cumprimentei, sorrindo involuntariamente. Por que ficava tão feliz em vê-la?
- Oi Brad. - cumprimentou ela de volta, sem se animar.
- Parece... triste... - comentei, pegando um copo no armário.
- Estava pensando em como nada é o que parece. - respondeu ela.
- Ah! Nadine, não é? Nunca pensei que ela fosse tão hipócrita. - advinhei, enquanto enchia o copo de àgua.
- Nadine me apunhalou pelas costas. Mas não era nela que eu estava pensando. - disse Andrew, olhando para mim.
- O que era... então?

Andrew desencostou da bancada e pegou o copo da minha mão. Tomou a àgua e colocou o copo na pia, se virando para a pequena janela em cima da torneira que dava para o quintal dos fundos. O sol da tarde refletiu em seus olhos redondos, enquanto a brisa leve da janela aberta tirava o cabelo de seu rosto revelando até mesmo o pescoço, enquanto pequenos raios de luz deixavam o castanho original das mechas mais intensos. E ela fitou o nada por um tempo, enquanto eu me perdia em seu rostinho de anjo.

- Está se envolvendo com a Liz outra vez? - perguntou ela, de repente, ainda fitando o nada.
- O quê? Ah... não... claro que não! - gaguejei, surpreso.
- Vocês vivem um do lado do outro o tempo todo, sempre cochichando pra lá e pra cá. E todo mundo sabe que Liz é louca por você. - murmurou Andrew.
- E se eu tivesse algo com Liz... importaria a você? - joguei o verde.

Andrew se virou para mim, respirando fundo. Ela olhou em meus olhos, com as sobrancelhas quase unidas em frustração.
- Sim, importaria! Porque eu sou louca por você, Bradley Tommas! Porque por mais idiota, imbecil, infantil e canalha que você seja, eu gosto cada vez mais de você. E eu te odeio... te odeio por me fazer gostar tanto de um idiota boyzinho metido a pegador que você é! E isso é o que tem martelado na minha mente desde o dia em que você me beijou... - arfou Andrew.

Arregalei os olhos enquanto ela falava. Ela já tinha dito que me amava, mas não dessa forma tão intensa. Suspirei.
- Você me odeia porque me ama... É isso? - foi só o que consegui dizer.
- Tchau, Brad. - ela revirou os olhos e se inclinou para sair da cozinha.
- Espera! - eu disse, segurando o braço dela.
- Não, não, não... eu falei demais. Não quero nada com você, Brad, e não tenho o direito de te cobrar nada por causa da Liz. - disse ela.
- Tem sim. - sussurrei, colocando ela de frente para mim. - Você é a dona do meu coração, então pode me cobrar o que quiser... só precisa pedir.

Andrew me olhou por um instante pensando no que eu disse, a que estava me referindo. Vi em seus olhos quando a lembrança daquela tarde na sala quando disse que só a beijaria de novo se ela me pedisse veio à sua mente. Ela me encarou agora irritada, e eu sabia que ela ia fugir de novo. Mas não estava nem um pouco afim de ceder aos meus instintos apaixonados e quebrar minha própria promessa, por isso a soltei esperando por sua resposta.

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