quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 56

- Estão secando a monstrenga da Andrew Marew? - disse Liz, desacreditada.
- Monstrenga? Olha direito pra ela! Ela é uma ninfa... - suspirou Freud.
- Tenho que concordar com o Freud hoje. Andrew está... gostosa naquela meia arrastão. - soltou Matt, sem querer, ainda fitando Andrew.
- Ei! Olha como fala da minha... é... irmã. - eu não ia usar a palavra "irmã", na verdade.
- Francamente, meninos! - rugiu Liz.
- Qual é Liz, está com ciumes de Andrew Marew? - riu Matt, encostando na cadeira de Liz novamente.
- Depois que perdi meu posto para Nadine, minha auto estima está completamente ameaçada pelo grupinho dessas metaleiras hipócritas. - disse Liz, remexendo o canudinho no suco.
- Andrew não é como Nadine. Ela não é hipócrita. - defendi.
- Não? Olha pra ela, Brad. Onde está o estilo dela, a personalidade dela? Agora ela usa saia? Desde quando? Desde que Nadine virou líder de torcida? Você não conhece mesmo a sua irmã. - respondeu Liz, atônita.
- Ela não é minha irmã! - falei àspero, de novo.
- Acabou de dizer que era... - disse Freud, agora olhando para mim.
- Ah... eu só... não gosto que desrespeitem a filha do marido da minha mãe. Questão de consideração. - justifiquei.
- Claro, claro. Pra quem me condenava por ser apaixonado por ela, você está bem protetor agora. - disse Freud, confuso.
- Ei, qual é? Podem falar o que quiser do Brad, mas ele sempre teve consideração com a família. - ajudou Matt, o único que sabia de minha paixão avassaladora pela minha não-irmã.
- Sei... - ironizou Liz.

Andrew passou por nossa mesa fitando a mim e a Liz ao meu lado. Engoli seco quando vi uma certa conclusão passando por seus olhos redondos. Eu sabia o que ela estava pensando, e isso não era bom. Então Andrew passou pela mesa de Ashley e Jonny, e percebi que Nadine estava sentado com eles quando Andrew passou por ela fuzilando-a com os olhos. Eu sabia que meu anjo sombrio nunca concordaria com aquela atitude hipócrita de Nadine. Estava orgulhoso de comprovar que minha Andrew era um ser de personalidade.

- Viram só? Andrew nem falou com Nadine. Certeza que ela não concorda com o proceder da EX melhor amiga. - enfatizei o ex.
- Não sonha, Brad. Andrew é ser humano. Todos somos corrompíveis e influenciáveis. - filosofou Liz.
- Você está parecendo a Andrew agora. - eu ri com a filosofia sombria.
- Eu vou lá falar com ela. - disse Freud, tomando um último gole de refrigerante.
- Ei! Como assim? - me assustei.
- Ela está solteira. Meu irmão e ela não tem mais nada. Não vou perder o amor da minha vida uma segunda vez. - respondeu Freud.
- Acorda, ela nunca vai te dar uma chance! - ralhei.
- Qual é a sua, Brad? Parece que tá com ciumes dela. - disse Freud, e senti uma pontada no estômago.
- Não... eu só não quero que você sofra. - eu menti.
- Rá! Comece por não zuar mais a minha mãe. Depois se preocupe com minha vida sentimental. Fui! - disse Freud, àspero, se levantando.

Revirei os olhos. Andrew nunca daria uma chance a Freud. Afinal, tinha namorado o Stuart, irmão dele. Isso era contra seus princípios pessoais, se ela tivesse alguma consideração por seu ex namorado. Matt começou a lançar seu charme em Liz outra vez.
- E então Liz, o que vai fazer sexta à noite? - perguntou ele, e eu automaticamente arrastei a cadeira para dar uma privacidade aos dois.
- Qualquer coisa que não seja sair com você. - respondeu Liz, na lata, e eu arregalei os olhos para Matt.
- Ah, é... ah... - Matt ficou sem resposta.
- Acha que eu não sei o que está fazendo, Matt? Eu ainda sou a ex do Brad, não? Sua fama na escola é bem interessante. Ainda me lembro de Selena roxa no banheiro chorando humilhada depois de ter saído com você, e ter sido humilhada nesse mesmo refeitório por você e Brad rindo da cara dela comparando o "desempenho" nos beijos de vocês dois. - ralhou Liz, agora falando comigo também.
- Liz, isso faz um bocado de tempo. Selena até perdoou a gente já. Eu mudei, e o Matt mudou também. - sussurrei, envergonhado
- Independente disso, Matt tem fama de pegar as suas ex, e eu não vou entrar nessa lista. Vou indo, tenho treino com minhas novas líderes de torcida. Boa aula pra vocês! - Liz não deu chance de Matt falar, e eu a fitei saindo da mesa boquiaberto.

Matt ofegou, e depois me encarou atônito.
- Eu te avisei que Liz era dura na queda. - fui o primeiro a falar.
- Você tinha fama de pegador de líderes de torcida. Como foi que conseguiu algo com Liz sem ela ficar com receio de ser mais uma na sua lista? - perguntou Matt.
- Liz era apaixonada por mim, e tinha esperanças de que ia conseguir mudar meu jeitão cafajeste. E eu usei de muita lábia. Disse pra ela que ela era única, que eu me sentia diferente com ela e que queria namorar sério. - dei de ombros.
- Essa lábia não vai funcionar de novo. - se lamentou Matt.
- Fomos dois desgraçados, Matt. Acho que Andrew e Liz vão nos fazer pagar todos os nossos pecados. - ri, passando para a cadeira do lado de Matt.
- Só pode ser praga da minha mãe. - riu Matt, mais ainda.
- Olha só o Freud! Tá mesmo conversando com a Andrew. - vi, de repente.
- Ela está dando atenção para ele. Será que é pra te afetar? - refletiu Matt.
- Pode ser... mulheres... - resmunguei.
- Relaxa, Brad! Em último caso, nos resta a mãe do Freud. - riu Matt.
- Claro, vamos fazer terapia. - ri também.
- E queeee terapia! - disse Matt, gesticulando curvas com as mãos.

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