domingo, 26 de setembro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 86

- Brad, meu pai está arrasado. Parece uma múmia vagando pela casa, sem saber o que fazer e para onde vai. Não posso suportar isso. Ele não sabe mais viver sem sua mãe. - Andrew contou.
- Acha que minha mãe está pulando de alegria? Aquele apartamento está parecendo um velório. E eu também estou mal. Não gosto de ficar longe de você. - choraminguei.
- Brad, não se trata de nós. É dos nossos pais que estou falando. Poxa, o que foi que a gente fez? Nosso namoro é um absurdo. - ela disse isso fitando o vazio.
- Ei, ei, ei. Mesmo que a senhorita esteja pensando em terminar comigo, sabe que não vai funcionar. Minha mãe não vai por nós dois na mesma casa outra vez.

Andrew ponderou por dois segundos e fez um beicinho fofo, se sentindo confusa. A observei enquanto ela pensava.
- Brad, acho que estragamos tudo já, e não tem mais como ser como era antes, não é? - concluiu ela.
- Uau! Acertou na mosca, minha noiva cadáver. - ela até riu com minha ironia fora de hora.
- Escuta, você não vai largar de mim do nada pra voltar a ser uma lenda no colégio, não é capitão abdomen? - Andrew entrou no meu ritmo.
- O que? Já sou uma lenda. Fui destituido do cargo, consegui ele de volta, dei o fora na ex-chefe das líderes de torcida e já namorei a atual chefe, e agora namoro a rainha da rebelião gótica. Sou o cara! - eu ri.
- Ótimo, namoro o Mister Músculos Pateta Metido. - resmungou ela.
- Namora, é? Isso quer dizer que vai finalmente aceitar o fato de que me ama? - me iluminei.
- Talvez, se você parar de bancar o Super Man Colegial. - ela sorriu estranhamente.
- Tudo bem, sempre gostei mais do Homem Aranha.
- Ah não, o Homem Aranha é nerd. Você tá mais pra Homem de Ferro, absurdamente convencido. - ela riu de novo.
- Tá ok, minha Pepper... traga-me um chá. - o clima estava pra brincadeiras agora.
- Vai sonhando.
- Eu sonho sempre, ainda mais com você.
- Ah é, deviam ser pesadê-los. Adoraria esfaquear você agora. - Andrew fez uma voz sombria.
- É por isso que eu te amo. - falei, solenemente.

Ela sorriu mais docemente.
- Eu também te amo cara, bate aqui. - Andrew riu, disfarçando o momento romântico.

Em vez de bater na mão dela, a segurei delicadamente e a abaixei, etrelaçando meus dedos nos dela. Ela estremeceu e olhou para os lados se sentindo desconfortável.
- Qual é, namorados andam de mãos dadas. - reclamei.
- Me sinto uma patricinha. - resmungou ela.
- Claro, pra isso falta um pouco de rosa na sua roupa. - eu ri.
- Devo ter uma fita rosa na bolsa, engraçadinho.

Puxei ela comigo pelo corredor do colégio, e ela estava sendo literalmente arrastada enquanto caminhávamos para a sala de aula. Todos nos observavam, e embora parecesse estranho, eu me sentia orgulhoso de ser o namorado da rebelde metaleira mais gata do colégio. Senti alguns olhares maldosos, outros surpresos, mas no fim do corredor um olhar em particular me congelou. Ashley Hanners, de jeans e não roupa de líder de torcida, me olhava com dor, não com ódio. O amor que ela sentia por mim talvez fosse verdadeiro, pois a dor desiludida em seus olhos era quase tangível. Engoli seco e senti Andrew rígida ao meu toque. Como um cavalheiro, assenti com a cabeça como cumprimento, e puxei Andrew comigo para dentro da sala. Logo depois de nos sentarmos, lado a lado, a professora de História entrou e começou a aula. Ashley não entrou. Uma estranha onda de preocupação passou pelo meu peito, e a sombra daqueles olhos azuis melancólicos me assombraram a aula toda. Andrew, ao meu lado, refletia o mesmo sentimento.

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