sábado, 24 de abril de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 65

- Brad... Andrew... Andrew Marew? - gaguejou Liz.
- Ela é sua irmã! - engasgou Freud.

Eu revirei os olhos. Andrew olhou para mim daquela forma superior, de quem presenciava algumas crianças brincando sem a mínima vontade de observar.
- Vou deixar você conversar com seu amiguinhos. - resmungou ela, pegando a maçã da bandeija e se dirigindo para fora do refeitório.

Olhei para Matt com desaprovação, e ele me encarou de volta rindo, passando a mão no cabelo dourado.
- Melhor contar, Brad. - aconselhou ele.
- Primeira coisa... ANDREW NÃO É MINHA IRMÃ!!! - falei.
- Mas vocês moram juntos! - disse Liz, indignada.
- Eu sei, mas nossos pais moram conosco, então isso não significa nada!
- Então por isso que você andava estranho! Está apaixonado pela sua irmã!!! - reclamou Liz.
- Se você se referir a Andrew como minha irmã mais uma vez, vai ficar sem língua. - disse, tentando me acalmar.
- Matt! Vai deixar ele falar assim comigo? - esbravejou Liz.
- Ah Brad, pega leve. Eu gosto da língua da Liz. - riu Matt, brincalhão como sempre.
- Aff Matt!- bufou Liz, dando tapas no novo namorado.
- Quero entender a história. Comece do começo. - sugeriu Freud, se recostando na cadeira, interessado no caso, e eu vi nele um futuro psicologo.

Revirei os olhos novamente:
- Eu e Andrew sempre brigamos muito, mas nos ultimos meses temos percebido que essa implicância de um para com o outro se dá pelo fato de sermos completamente opostos, e a física estava certa: os opostos se atraem. - expliquei.
- Está pegando a Andrew? - perguntou Freud, diretamente.
- Estou apaixonado por ela. - corrigi.
- E ela por você. - complementou Matt.
- Você sabia disso? - reclamou Liz.
- Claro, sou o melhor amigo do Brad. - sorriu Matt.
- Ei, eu também sou o melhor amigo do Brad, e nem sabia de nada! - se magoou Freud.
- Nunca contei nada a Matt, ele que descobriu sozinho. - resumi.
- E vocês pretendem namorar? - quis saber Liz.

Respirei fundo. Não sabia a resposta para essa pergunta.
- Andrew é... complicada. Ela me ama, mas ao mesmo tempo me odeia. Tem receio do que as pessoas vão pensar da gente se aparecermos namorando. Medo do que nossos pais vão concluir do que andamos fazendo, medo dos nossos amigos e principalmente medo de ser tachada de "mais uma que o Brad tá pegando". - tentei explicar.
- Mas essa sua época gloriosa de "o pegador da escola" já foi. - lembrou Liz.
- O passado nunca nos abandona. Andrew entrará para a lista na visão das pessoas. - repliquei.
- Claro... vocês estão numa roubada. - lamentou Freud.
- Eu acho que vocês deveriam contar logo pro seus pais. Poxa, que se dane os outros! - sugeriu Matt.
- Preciso da permissão de Andrew para contar. Afinal, isso é uma coisa nossa. - eu disse.
- A Mortícia tem que deixar o orgulho de lado e assumir que está apaixonada pelo maior cafajeste que o colégio já teve! - riu Liz.
- Ei! Pensei que isso fosse passado! - reclamei.
- Você disse que o passado nunca nos abandona. - ela riu de novo.
- Está andando demais com Matt... bem, vocês não podem contar pra ninguém viu! - pedi.
- Relaxa brother! Seu segredo é nosso segredo. - assegurou-me Freud.
- Palavra de escoteiro! - disse Matt, colocando a mão teatralmente no coração.
- Isso tudo é loucura, mas estamos com você Brad. - sorriu Liz, sinceramente.

Sorri de volta para meus amigos. Agora meu segredo estava nas mãos deles também. Enquanto pensava nisso, meu coração batia em sintonia com meus pensamentos tentando encontrar uma forma de resolver o nó que minha vida dava em volta das conformidades da sociedade e o amor da minha vida.

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