sexta-feira, 14 de maio de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 67

Por algum motivo eu não queria acordar. Enquanto o sol matinal iluminava o quarto, minha consciência ia clareando meu raciocínio, embora eu não quisesse lembrar o "por que" de eu não querer acordar. Mas a mente humana é bem adepta à lei de Murphy - quanto menos você quer lembrar de uma coisa, mais você acaba pensando naquilo.

Era sábado. Dia do grande jogo de basquete entre minha escola New York High School e Washington High School. Esses campeonatos entre cidades já é um clássico. Durante os últimos 20 anos, New York High School venceu Washington, mas sempre com muito esforço e garra. Afinal, nunca subestimei meus adversários. E enquanto eu, Bradley Tommas Stanley, fui o capitão do time de basquete nos últimos 3 anos, me dediquei e venci com honra, em pleno trabalho de equipe. Mas agora Jonny estava no comando. Com seu jeito orgulhoso, temia que afundasse o time. Matt também concordava comigo nesse sentido.

Abri os olhos vagarosamente, e o dia claro feriu minha visão sonolenta. Enquanto as coisas ao meu redor ficavam nítidas, uma figura peculiar tomava forma à minha frente. Arfei e levantei o tronco bruscamente do colchão.

- AAAAARGH! Andrew!!! Que susto!!! O que está fazendo aqui?
- Eeeeeeeeeeei! Não grita! Só vim te acordar. Sei lá, não queria que perdesse a hora. Hoje é o grande dia. - ela respondeu.
- Sua doida! Ainda é cedo! - reclamei.
- Cedo? São 8 e meia. Você deveria ter acordado à 20 minutos, como planejado. - ela me corrigiu.
- Por que meu relógio não despertou? - perguntei, confuso.
- Porque ele está atrasado. Sua mãe te avisou para trocar a bateria dele faz duas semanas. - me lembrou Andrew.
- Ah, maravilha! - esbravajei, pulando da cama direto pro guarda-roupa.

Tirei a camisa clara que usava para dormir, mas de repente me lembrei de Andrew alí, sentada na beira da minha cama. Olhei para ela com as sobrancelhas franzidas.
- Com licença?
- Hahahahaha, que gracinha, você tem vergonha de mim. - ela riu, se acomodando mais na cama.
- Não me tente, garota. Sei bem que você iria me xingar em dois ou três minutos quando eu chegasse na parte de tirar as calças, então eu seria o culpado de toda a situação. - respondi.
- Você está esperto. Parece que está aprendendo a raciocinar. Vou me retirar, mister músculos. - ela riu ainda mais, se levantando e se dirigindo para a porta. - A propósito... - ela hesitou - beeeelo peitoral.
- Eu sempre soube que sua implicância com minha perfeita forma física era atração retraída. - eu ri dessa vez.
- Atração retraída? Está até inventando expressões irônicas agora. Andar comigo está te fazendo bem. - Andrew respondeu, superiormente.
- É, "misturar minha língua com a sua" está melhorando meu vocabulário. - eu enfatizei as aspas, e ela capitou minha ironia.
- Palhaço! - resmungou ela.
- Faz tempo que você não me chama assim. Me bateu até saudade daquela época do pacto agora. - eu ri de novo.
- Vou jogar um sapato na sua cabeça, e você vai matar saudades rapidinho daquela época. - esbravejou Andrew.
- Tenho uma idéia melhor. - decidi.

Avancei para ela e passei meu longo braço por sua cintura fina. A puxei para dentro do quarto outra vez, e recostei a porta, enquanto o corpo magro de Andrew se colava ao meu peito nu. E eu a beijei numa intensidade que a desmontou completamente em meus braços, até que minha respiração ficasse tão irregular quanto a dela. Quando afrouxei meu abraço, ela me afastou com empurrões fracos, e eu ri da reação dela.
- Seu maluco, sua mãe e meu pai estão em casa ainda! - ela ralhou.
- Como se você ligasse... - eu ainda ria.
- Além disso, você acabou de acordar. Escove os dentes antes da próxima vez! - ela parecia realmente brava agora.
- Quando estiver casada comigo, e eu acordar abraçadinho com você, não vai querer que eu te largue apenas para escovar os dentes, não é? - brinquei.
- Você está engraçadinho demais hoje! - ela quase riu, mas saiu e bateu a porta com força.

Suspirei. A doçura da presença amavelmente sombria de Andrew quase anestesiava minha ansiedade em relação ao grande jogo de hoje. Mas a realidade estava a poucos minutos de mim, e eu já estava atrasado para encará-la. Corri para o guarda-roupa outra vez, para me preparar enfim.

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