sábado, 24 de julho de 2010

Minha Mãe casou de Novo - Capítulo 81

- Mas o que... o que.... ah... Brad?... Andrew??? Vocês.... - minha mãe gaguejava em choque.
- Mãe, não é nada do que a senhora está pensando! - foi a primeira coisa que veio à minha mente.

Mas que coisa inteligente a se dizer. Claaaaro. "Não é nada do que você está pensando". Andrew teria revirado os olhos e me dado um chute se não estivesse em choque também ao meu lado. Eu era o único que ainda conseguia se mecher, então tinha a obrigação de dar um desfecho a essa história.

- Mãe, pode soltar a maçaneta da porta? Vai quebrá-la torcendo-a dessa forma. - Janet piscou soltando a maçaneta e flexionando os dedos, saindo do estado de choque. - Sente-se mãe, precisamos conversar.

Minha mãe, Janet, engoliu seco, mas saiu da posição que estava, fechando a porta atrás de si e cambaleando para a poltrona onde Andrew estivera sentada quando cheguei. Ao ver Janet se mechendo, Andrew ofegou e estremeceu, saindo do choque e me olhando desesperada. Olhei de volta para ela meio envergonhado, meio que me desculpando e meio que alertando que ia contar tudo.

Não era a hora perfeita. Eu não tive tempo de escolher as palavras certas. Como foi que não ouvi a mini van de minha mãe entrando no jardim? A presença de Andrew me atormentava mesmo. Eu tinha ficado surdo, bobo e burro desde que me apaixonara por ela. E agora a senhorita Dona-da-Verdade estava em pânico e eu é que tinha que dar um jeito na situação? Era mais fácil quando Andrew tomava a dianteira. Ela era tão melhor com as palavras do que eu. Mas a garota da pele de porcelana com os olhos perdidos ao meu lado agora não parecia nem sombra da moça metaleira de atitude que fazia meu peito acelerar de paixão. Mesmo assim, meu coração acelerou e senti uma enorme vontade de reconfortá-la. Mas a mulher sentada na poltrona respirando fundo e contando as batidas do próprio coração estava esperando uma explicação. E eu tinha que ser homem agora.

- Mãe, eu e Andrew estamos apaixonados. - essa era a melhor maneira de começar.
- Brad! Você enlouqueceu? Você e Andrew... se odeiam! - Janet arfou.

Por que todo mundo dizia isso? Argh!
- Talvez nosso ódio fosse medo de admitir uma atração tão forte. - suspirei, e Andrew vacilou atrás de mim, caminhando até o sofá ao lado.
- Não, não, não querido. Você puxou isso do seu pai. Tão volúvel. Você só acha que está atraído por Andrew porque ela é uma garota diferente. Não faça isso com ela. - Janet choramingou, mas eu grunhi com a comparação.
- Pelo amor de Deus, mãe! Já disse pra não me comparar com meu pai! Não é nada disso. Não é ilusão. Eu a amo mesmo. - refleti.
- Disse que amava a moça loira também. - tuchê! Eu sabia que cedo ou tarde minha mãe ia jogar Ashley Hanners na minha cara.
- Mãe, por favor. Acredite em mim. Estou apaixonado. - disse, e olhei para Andrew. Ela fitava o chão.
- Desde quando estão fazendo isso? - Janet perguntou, ofegando, se referindo ao beijo que presenciou.
- A algum tempo. - eu respondi.
- Droga... droga. - Janet lamuriou.
- O que foi, mãe? - fiquei tenso.
- Eu nunca considerei um perigo deixar voces dois sozinhos nessa casa antes. Vocês eram incompatíveis, viviam brigando. Eu achei que essa implicância vinha porque vocês se viam como irmãos mesmo. Nunca achei que... que iriam ceder a tentações. Ah! Não confie em adolescentes, mesmo que se odeiem. - Janet choramingou para si mesma.

Dessa vez, Andrew falou:
- Não, Janet! Nós não fazíamos nada demais pelas costas de você e do papai. Não pense besteira. Apenas aconteceu um beijo ou outro. Eu não sou... assim. - ela se defendeu.
- O que eu posso pensar, Andrew? Chego em casa e vejo você e Brad se beijando! - Janet gritou.
- Mãe! Está fazendo tempestade em copo d'agua! - gritei também.
- Vocês moram na mesma casa! - Janet devolveu o argumento.

Andrew lançou as mãos para cima, exasperada:
- Eu te disse, Brad! Eu te disse que eles iam pensar isso. - ela arfou.
- "Eu te disse" não ajuda muito agora. - murmurei.
- Vocês dois ficaram sem supervisão. É o que acontece. Mas como, como eu podia imaginar... - Janet falava consigo mesma, pesarosa.

Nesse instante, ouvimos o sedan de Jonathan entrando no jardim. Ah, ótimo! Agora o circo tava completo. Com Jonathan em casa, minha mãe ia piorar na palhaçada. Respirei fundo.

Nenhum comentário: