sábado, 31 de julho de 2010

Minha Mãe casou de Novo - Capítulo 82

- Opa! Reunião de família? - riu Jonathan ao entrar em casa e se deparar com todos nós na sala.

Ele fez piada, mas mal sabia que era quase verdade o que dissera.
- Jonathan, meu bem, acho melhor se sentar. - Janet miou, a voz triste.

Eu bufei e me joguei no sofá de quatro lugares. Dessa vez vi Andrew revirar os olhos.
- O que houve? - agora Jonathan estava preocupado.
- Brad e Andrew... estão dizendo que estão apaixonados. - Janet falou pesarosamente.
- O que? - Jonathan ficou perplexo.
- Olha Jonathan, antes que você comece a viajar, só quero avisar que a única coisa que fiz foi beijar a sua filha. Mais nada! - discursei e minha mãe me olhou apreensiva.
- Espera, espera. Filhinha, você odeia o Brad, não odeia? - Jonathan estava meio sem acreditar ainda na história.
- Ah... bem... o ódio é bem próximo do amor, não acha? - Andrew respondeu. Que bela forma de dizer "eu amo o Brad".
- Cheguei em casa e vi Brad beijando Andrew. Querido, eles juram que não passaram de beijos, mas estou atormentada. Eles ficam muito tempo sozinhos aqui em casa. - Janet explicou.
- Calma... espera um pouco. - Jonathan pediu.

O homem calmo e risonho agora estava perturbado também. Vi ele se apoiar no braço da poltrona de minha mãe e respirar fundo. Colocou os dedos indicador e polegar direito na base do nariz e fechou os olhos, tentando engolir o que ouviu. Quando abriu os olhos, me fitou confuso.

- Está namorando Andrew escondido? - ele perguntou, a voz falhando.
- Namorar é uma palavra bonita, não? Dá a idéia de seriedade. Gostei. Acho que você entendeu que estou falando a verdade quando digo que a amo. - respondi, mais calmo.
- Desde quando estão namorando escondido? - Jonathan parecia sério agora.
- Não sou muito bom com datas. - confessei.
- Isso está errado. Vocês são como irmãos. - Jonathan disse isso pra si mesmo.
- Epa, não vem com essa de irmãos, pai. - pediu Andrew.

Janet suspirou:
- Não entendem? Estamos numa crise aqui. Se permitimos que isso continue, com vocês assim, tendo tão fácil acesso um ao outro, pode imaginar o que vão dizer de nós? É negligência paternal. Vocês são muito jovens ainda.
- Mãe, temos mais seis meses de colegial. Estamos nos formando e iremos para a faculdade. Logo seremos maiores de idade e estaremos fora do controle de vocês. Podemos fingir que não temos nada até lá. - sugeri, e Andrew fez uma careta.
- Não se trata disso. Se trata que é estranho e nada natural. Se estão apaixonados, não vão resistir um ao outro enquanto estiverem morando juntos. Podem acabar fazendo alguma besteira e acabando com a juventude de vocês. - explicou Jonathan.
- Não vamos fazer besteira. - Andrew reclamou.
- Andrew, dia após dia juntos, sozinhos nessa casa. Não subestime seus hormônios, querida. E se você sair dessa grávida? - Janet foi direta.
- É uma possibilidade... e talvez uma fatalidade. - concordou Jonathan.

Revirei os olhos. Aquilo era um absurdo. Eu não ia engravidar Andrew. Pra que existiam contraceptivos? Além disso, não ficávamos tanto tempo sozinhos assim. E Andrew era meio durona na queda. Não ia conseguir levar ela pra cama tão fácil.
- Jonathan, meu bem. Só há uma solução para isso. - Janet disse, decidida.
- O que vai fazer, amor? - vacilou Jonathan.
- Venha comigo, quero conversar com você a sós lá no quarto. - ela pediu, e Jonathan a seguiu pela escada.

Suspirei. Iam falar da gente sem a nossa presença. Quando escutei a porta do quarto lá de cima se fechar, olhei para Andrew completamente perdido.
- O que acham que eles vão fazer? - sussurrei, tenso.
- O que você acha? - Andrew respondeu, ríspida.
- Há tantas coisas para se fazer trancado no quarto. - eu ri, mas minha piada era tão ruim que meu riso foi desafinado e desanimado.
- Aff, Brad. É óbvio que eles não vão namorar agora! - Andrew achava que eu estava falando sério?
- Eu estava brincando... - avisei, só por precaução.
- Brad, sua mãe é durona. Ela vai propor separação ao meu pai, certeza. - Andrew sussurrou, tensa também.
- O que? Mas... mas eles se amam. - fiquei horrorizado com a idéia.
- Como você disse, temos mais 6 meses nessa casa. Isso se formos aceitos na faculdade. Eles vão tentar nos manter afastados até lá. E o unico jeito de nos separar, é eles se separando também. - Andrew tentou me fazer raciocinar.
- Não... - eu arfei, pasmo.

Não era isso o que eu queria confessando nosso amor. Queria que minha mãe entendesse. Eu juraria de joelhos se ela me pedisse. Eu assinaria um contrato com meu sangue prometendo não passar dos limites com Andrew Marew. Eu ficaria na rua até que ela e Jonathan estivessem em casa. Mas não queria que minha mãe se separasse do pai de Andrew. Não queria vê-la triste longe do único cara com quem ela conseguiu construir uma vida. E também não queria ficar longe da minha ninfa das sombras.

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