segunda-feira, 20 de julho de 2009

Os Ladrões de Vidas - Parte 2

Alison era uma jovem de 20 anos, cabelos claros, loiros como um raio de sol. Seus grandes olhos zuis como o céu chamavam a atenção. Seu corpo magro por natureza dava a Alison um aspecto delicado, e seu rosto, talhado perfeitamente, era admirável como a de uma boneca de porcelana.

Apesar da delicadeza, Alison era uma moça de personalidade forte. Vivia apenas com seu pai, pois sua mãe havia desaparecido misteriosamente quando era pequena. Seu pai, Tom Madley, era oficial do exército do rei Rodney. Era um homem forte e destemido, e amendrontava a todos com sua armadura negra. Diziam que ele vivia em sombras depois do desaparecimento de sua esposa, e que a única luz em sua vida era sua filha.

Era uma noite gelada de julho. Alison estava sozinha em casa, visto que nessa noite seu pai estava a serviço do rei. Geralmente, a vizinha de Alison, que praticamente a criou depois do desaparecimento de sua mãe, ficava com ela quando seu pai não estava em casa. Mas naquela noite, seu filho mais novo havia adoecido, e ela não pode ficar com Alison. Afinal, a moça já estava bem grandinha pra não poder ficar sozinha.

Batiam meia noite e meia no grande relógio de madeira da sala. Alison bordava um lençol branco. Suas mãos estavam frias, devido ao frio da noite. Alison parou de bordar e começou a andar pela sala. Parou em frente à estante na parede, e viu o retrato de sua mãe. Foi então que lembrou que estava exatamente fazendo 15 anos que sua mãe, e mais 17 pessoas, haviam desaparecido naquele dia. A moça se distanciou do retrato e ficou imóvel. Iriam os ladrões de vida aparecer naquela noite para roubar mais alguma alma inocente? Então, a jovem correu para o quarto e trancou a porta. No mesmo instante, ouviu a janela da sala quebrar!

Alison suava frio. Ouviu-se então passos estraçalhando os cacos no chão da sala. Alguém havia entrado na casa. Alguém que estava procurando por ela. Alguém que queria sua alma.

Pelo corredor, passos leves se aproximavam. Alison se viu num beco sem saída. Decidiu se esconder dentro do guarda-roupas. Com um chute, a pessoa que havia entrado na casa quebrou a porta do quarto de Alison, e entrou calmamente procurando algo.

Pela fresta da porta do guarda-roupas, Alison viu o que parecia ser um homem com uma grande capa negra e com olhos vermelhos arrepiantes. O homem se dirigiu à vela que iluminava o quarto, e a apagou. No meio da escuridão, somente os olhos vermelhos brilhavam.


O coração de Alison batia tão forte e tão rápido, que ela mesma podia ouvir. E ela sabia que ele também ouviria. Foi quando, de repente, a porta do guarda-roupas abriu-se. Num grito, Alison se deparou frente a frente com o amendrontante ser que assombrava sua vida por tanto tempo. Sim, ele era o vulto que ela viu passar pelo corredor quando tinha 5 anos. O vulto que foi até o quarto de sua mãe e a levou para todo sempre, sem nem ao menos deixar um corpo para enterrar. Agora ele voltara, anos mais tarde, para matar também a ela.

O ser das trevas olhou diretamente nos olhos de Alison. Em poucos intantes Alison caiu em um sono profundo. O ser tirou de sua roupa das sombras um frasco com um líquido negro. Derramou o líquido nos lábios vermelhos de Alison, e a levou consigo pela noite fria entre a névoa.




CONTINUA

Nenhum comentário: