quarta-feira, 29 de julho de 2009

Os Ladrões de Vidas - Parte 9

A música era orquestral. Pessoas finas, elegantes, dançavam como cisneis no meio do salão. As damas com seus vestidos longos, alguns cor de anil como o céu no verão, outros dourados como o sol. Os cavalheiros em seus trajes principescos não deixavam a desejar. Duques, condes, chefes de exército, todos da classe alta, dançando inocentemente sem imaginar o que ocorreria naquela noite.

No ponto mais alto, estava o trono de Rodney, juntamente com sua esposa Izabell, e na cadeira mais baixa, estava o príncipe, filho único, Antonny, admirando o baile. Dentre todos os que curtiam a festa, havia um com os olhos perdidos e o pensamento bem longe. Antonny não estava contente. Queria que Alison estivesse com ele.


À alguns quilômetros, no centro da floresta da Maldição, um vulto com a capa negra estava parado, esperando o momento certo para ir adiante.
O vulto, que era Madison, deu o sinal. A lua já havia atingido o ponto mais alto no céu. Era hora de agir. Nesse momento, os guardas do palácio já estavam entediados de esperar algo acontecer. Alguns talvez até estivessem dormindo. Das sombras das àrvores, Harrison caminhava majestoso, em sua roupa negra, a mesma que usava no dia em que foi traído quando ainda era o rei. Atrás dele, seus fiéis súditos, e segurada pelas mãos de ferro de Harrison, Alison ia arrastada por todo caminho. Na verdade, sua intenção não era fugir. Estava perdida em seus pensamentos, tentando encontrar uma forma de impedir Harrison, por mais inútil que fosse.

O palácio estava cercado. De cima das àrvores mais próximas, Harrison olhou para Alicia. Ela desceu como se escorregasse por entre as folhagens. Andou como uma rato até chegar perto de um dos guardas. Quebrou-lhe o pescoço, mas não roubou seu fôlego. Logicamente, o objetivo dos Ladrões de Vidas não era o fôlego desses meros subordinados. Eles queriam os senhores da alta classe.

Alicia olhou para Harrison da parte baixa da onde estava, quando algo lhe traspassou o abdômen. Olhou para trás, e um dos guardas, assustado, gritou:

-INVASOOOOOOORES!!!

Alicia arrancou de si o arpão que a havia ferido, e o enfiou sem dó no crânio do guarda. Foi quando uma tropa acudiu ao grito do pobre soldado, e vinha em direção a Alicia. Madison sussurrou:
-Devemos descer para ajudá-la!
-Shiiiiu! Alicia sabe o que faz... observe...

Alicia abriu os braços e levitou do chão à um metro. Olhou hipnoticamente para o chefe da tropa, e ele ajoelhou completamente em órbita. Todos os outros guardas estavam em pânico com aquela criatura assustadora dos olhos vermelhos, que mal podiam se mexer. Alicia pousou no chão novamente, ainda fitando os olhos hipnotizados do chefe. Foi quando tomou o arpão e atingiu com o mesmo 5 dos homens da tropa, enquanto os outros 7 continuavam em choque. Com a espada do chefe, Alicia feriu os outros 7 soldados, e virando-se para o hipnotizado, cortou-lhe a cabeça. Sozinha, Alicia matou 14 homens. Alison não conseguia respirar devida a cena que havia acabado de presenciar. Se Alicia sozinha podia fazer aquele estrago, quanto mais todos os outros 8 juntos?

A passagem estava aberta. Daquele ponto do palácio, todos os guardas estavam mortos. Era uma parte onde havia uma janela de vidro grosso, mas que poderia ser quebrada. Agora estavam dentro do quarto de Antonny. O caminho para o salão principal deveria ser em silêncio. Em poucos instantes estariam no meio daquelas pessoas que nem faziam idéia do perigo. Logo estariam todos mortos. E a cada passo que Harrison dava em direção ao saguão pelo corredor, Alison, arrastada, ficava mais desesperada e sem esperança de que um milagre impedisse o plano maligno desses seres sombrios. A sua única esperança era que Meloddy, a mais maleável entre eles, ficasse do seu lado quando tentasse impedir Harrison. Muitos morreriam naquela noite. Alison não tinha certeza, mas podia sentir em suas palpitações que estava entre os que morreriam.

Um comentário:

Darlene Metallica disse...

essa historia cada vez mais conflitante!!!