terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 48

- Oi Stuart... - a voz de Andrew ecoou pela escada meia nervosa.
- Oi Andrew. - respondeu Stuart, melancolicamente.

Me ajeitei na escada me sentindo um muleque por fazer aquela traquinagem, mas precisa ouvir essa conversa.
- Andrew, desculpe vir aqui. Eu sei que você... que você terminou tudo entre a gente, que precisa de um tempo. Mas eu precisava de um motivo. É horrível ficar assim, no vácuo, sem saber de um "por que". - explicou Stuart.
- Tudo bem, Stuart. Eu vou te dar um por que. - respondeu Andrew, cética.

Ouvi o barulho de alguém se sentando no sofá. A respiração de ambos estava baixa. O silêncio que se seguia, para mim, era indício de que Andrew estava formulando uma boa mentira para satisfazer Stuart.
- Stuart, eu sou uma pessoa horrível. Eu não podia mais enganar você. - se lamentou Andrew, e eu engasguei quando ela disse isso.

Enganar? Ela estava louca? Ia contar a verdade? Minhas mãos gelaram pensando nos golpes de jiu jitso que Stuart sabia fazer. Meus pés ferveram dentro do tênis, esperando o momento exato em que Andrew me acusaria e eu teria que correr pelo corredor, entrar no meu quarto e pular a janela.
- Do que está falando, Andrew? Eu sei que você não é assim. - disse Stuart.
- Stuart, eu traí você. Foi sem querer... eu acabei beijando outro cara. Mas eu gostava de você. Só que não podia continuar assim, sabendo o quão errada eu estava. - disse Andrew, e um silvo baixo saiu da boca de Stuart.
- Beijou outro cara? - perguntou ele, pausadamente. Meus pés ferveram mais ainda.
- Beijei. E é só isso. Agora você tem um por que.
- Quem? O Freud?
- Acorda, Stuart! O Freud? Pelo amor de Deus.
- Andrew, espera. Por que não falou comigo? Essas coisas as vezes acontecem. Eu... eu teria te perdoado.
- Perdoado? E eu por acaso pedi alguma redenção aqui? Stuart, se eu fui capaz de beijar outra pessoa, é porque não te amava o suficiente. Só isso.
- E você está com esse cara agora?
- Não, e nem pretendo. Ele é um idiota. Estou lidando com o que fiz tentando aprimorar a mim mesma. - essa parte me magoou. Idiota? Não precisava falar assim.
- Andrew, acho que deví...
- Não, Stuart. Não se judie tá. Você é legal, e eu te curto pra caramba. Mas acabou.

Senti Stuart engolindo aquilo seco, enquanto eu respirava aliviado por Andrew não ter citado meu nome.
- Tudo bem, Andrew. Eu vou embora.
- Eu sinto muito, Stuart.
- O dia em que você parar de ser tão racional e der um pouco de atenção pro coitado do seu coração, talvez você seja feliz. - disse Stuart, como um aviso.
- A razão nunca me fez mal, Stuart. Se eu tivesse ouvido meu coração, estaria te enganando até hoje.
- Não, talvez se tivesse escutado seu coração, teria conversado comigo antes e estaríamos numa boa agora. Tchau, Andrew.

Andrew suspirou, enquanto a porta fechava. Eu desci todo desengonçado, porque minhas pernas ainda estavam moles. Andrew olhou para mim, enquanto eu despencava para a sala.
- Estava ouvindo, não é? - perguntou ela, e parecia mais uma afirmação.
- E adianta eu falar que não estava? - arfei.
- Eu devia te dar um soco no estomago por confundir minha vida a esse ponto e me obrigar a magoar uma pessoa encantadora como o Stuart. - disse Andrew, parecendo magoada.
- Tudo o que eu fiz não foi por escolha própria.
- Acho que acredito em você.
- Não gosto de ver você triste, Andrew. - eu sussurrei, e ela me fitou.

Andrew sorriu melancolicamente e se aproximou de mim. Me assustei quando ela passou os braços finos e delicados em volta da minha cintura, encostando a cabeça no meu peito, parecendo uma menininha de acordo com o seu tamanho em relação ao meu. Passei os braços por ela também, pousando minha cabeça de leve sobre a dela.
- Eu não costumo me enganar, Brad. Sempre disse que você era um babaca, e você é um babaca. Mas o que me surpreende em você, e talvez até o que me atrai, é como o que você pensa jorra da sua boca sem você se dar conta. E quando você não diz, eu sei o que está pensando só de olhar em seus olhos. - contou Andrew, ainda pousada em meu abraço.
- Rá! Obrigado pela parte do "babaca". Mas achei que minha especialidade fosse a mentira, e não a sinceridade. - me senti confuso.

Andrew afastou a cabeça para me olhar nos olhos.
- É por isso que você sempre se ferra. Suas mentiras não são nada convincentes. - ela riu, mas os olhos estavam cheios de àgua.
- Ok. - suspirei.
- Mas isso não é o bastante. Acho que nada seria o bastante para explicar o motivo pelo qual eu gosto de você.
- Por que não segue o conselho de Stuart, e dá uma chance pro seu coração?
- Porque meu coração é tão babaca quanto você. - se lamentou Andrew, saindo dos meus braços.

Ela se direcionou à escada e subiu os degraus apressada. Por que ela sempre fugia quando eu finalmente conseguia arrancar um pouco de sentimento dela?

Um comentário:

Anônimo disse...

entendi direito?

a Andrew vai ensinar o Brad a mentir melhor, o Brad ficou mais tenso que o Stuart e agora a Andrew nao sabe o que fazer com o coraçao?

eu sim que to confuso!
rsrs