quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 55

Cheguei no refeitório e Liz, Matt e Freud já estavam alí. Puxei a cadeira com um leve sorriso no rosto, tentando entender por que Matt estava vermelho de tanto rir.

- Perdi a piada, pelo jeito. - reclamei.
- É só mais uma das piadinhas machistas de Matt em relação a mãe do Freud. - respondeu Liz, revirando os olhos.
- Isso explica porque só o Matt está rindo. - bufou Freud.
- Irmão! Você perdeu. A mãe do Freud veio trazer ele hoje na escola. Sabe aquele vestidinho vermelho colante? - Matt começou a contar.
- Ah, cara! O nosso preferido! O corpo dela fica perfeito nele. - entrei na de Matt. A senhora Kennesty era mesmo uma mulher muito "apresentável".
- Brad! - ralhou Liz.
- Quer se sentar com meninos? Suporte conversa de meninos. - eu ri.
- Então, cara! O Freud esqueceu um caderno no carro, e a senhora Kennesty saiu desfilando pela calçada pra dar o livro pra ele. Os garotos do primeiro ano quase tiveram um infarte. - riu Matt, enquanto Freud fazia cara de mau-humorado.
- Vou começar a falar que a dona Janet é gostosa... ou a dona Cíntia! - atacou Freud, falando das nossas mães.
- Minha mãe não colocou silicone nos seios. - disse Matt, mais vermelho ainda de tanto rir.
- E a minha não usa vestidos vermelhos colantes. - eu ri também.
- Ei, Brad. To pensando em fazer uma sessão de terapia com a respeitada psicologa Kennesty. - disse Matt, batendo no meu ombro.
- Pra que? Fazer regressão? - eu ri.
- Não. Estou com um problema sério. Tenho tido muito sonhos eróticos com vestidos vermelhos colantes. - disse Matt, engasgando de tanto rir.
- Mexer com mãe é a pior mancada. Brad! Matt! - Liz estava irritada.
- Freud sabe que é brincadeira. - eu me justifiquei.
- Nós amamos a senhora Kennesty. Eu e o Brad nem tanto, mas o Jonny idolatrava ela... - disse Matt, engasgando quando falou o nome de Jonny.

Todos na mesa ficaram quietos. De repente a lembrança de um passado que mais parecia outra vida assombrou nossos humores. Suspirei. Jonny era um cara legal. Meio cri cri, mas era nosso amigo. Fitei Matt, e ele refletia meus pensamentos.
- Jonny agora só idolatra Ashley Hanners. - cuspiu Liz.
- Ela tem sido a fonte de tudo que há de errado nas nossas vidas. - reclamei.
- O tempo dela está contado, Brad, meu bem. - disse Liz com um sorriso malvado no rosto.
- O que você está planejando? - perguntou Matt, se inclinando pra ela.
- Consegui montar um grupo B de líderes de torcida. - respondeu Liz, triunfante.
- O quê? - se assustou Freud.
- É, um grupo B. Apresentei meu projeto para a diretora Rosalie. Ela aceitou minha idéia como um grupo reserva das belíssimas líderes chefiadas por Ashley. Mas lancei um pouco do meu veneno no treinador David, que ama competições. Ele vai organizar um torneio de líderes de torcida. Meu grupo vai competir com o de Ashley, e quem vencer fica como titular. Eu confio muito no meu taco, então Ash não tem chances. - explicou Liz.
- Você é a coisinha malvada mais linda do mundo. - riu Matt, lançando um olhar charmoso para Liz.
- Obrigada pela parte que me toca. - riu ela, sem perceber a cantada.
- Tirar de Ashley o que ela mais almeja. Hmmm... seria uma vingança em tanto, não só pra você, como pra mim. - refleti.
- Nós temos muito em comum, não é, Brad? - Liz sorriu com os olhos brilhantes apaixonados para mim. Matt deu de ombros, mas vi que ficou chateado.
- Você é como uma irmã pra mim. - tentei salvar a situação.
- Andrew é sua irmã, não eu! - reclamou Liz.
- Andrew não é minha irmã. - disse, ríspido.
- Entendo sua aversão natural por Andrew... - começou a dizer Liz, antes de Freud cortá-la.
- Andrew é maravilhosa! - exclamou ele, extasiado, olhando para trás.

Fixei meu olhar na direção do de Freud, e vi Andrew andando pelo refeitório com uma bandeija nas mãos. Foi quando me dei conta do quanto ela havia mudado desde que eu a havia beijado. Antes Andrew andava por aí cercada de suas amigas bruxas, com camisetas de bandas, shortão e coturno. Agora lá estava ela, completamente diferente. Ela ainda era metaleira, claro, só que mais feminina. Uma regata lilás e uma saia pregada de couro negro (mais comprida que as das líderes, sem dúvida) revelava a meia arrastão que descia até os pés delicados semi cobertos por uma sapatilha preta.

Uma SAPATILHA? Aquilo sim era um milagre! Ela não estava mais destruindo sua imagem perfeita com aqueles coturnos horrorosos. E como os pezinhos dela eram pequenos! Então voltei ao rosto de ninfa, branco e delicado contrastado com o cabelo negro, e me surpreendi ao ver que a cor não era mais tão escura. Vestígios do castanho original desciam pela raíz. Andrew havia desistido da tinta macabra no cabelo? Eu não sabia, mas estava delirando ao fitá-la daquela maneira, e, comigo, Matt e Freud deliravam também, junto com todos os outros garotos no refeitório, enquanto Liz nos observava pasma.

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