quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A Estrategista - Parte 15

O sol estava forte no quente país de Mytrias. A tarde estava agitada, onde os servos corriam preparando o palácio para uma grande festa. Nicolas, triunfante, andava pelos corredores em sua túnica branca nupcial.

- Foi perfeito! Nem acredito que deu tudo certo! A região do Norte é minha... hahahaha - exultava Nicolas.
- Eu disse, senhor, eu disse que assim se daria. - concordava Caliú.
- Bom, agora vem a parte ruim da história. Você se casa com a getsênese. - cortou Madric.
- Isso não é de todo ruim. Ele põe a aliança no dedo dela, toma posse da região Norte e daqui uns dias ninguém mais se perguntará sobre a princesa, então poderás dar um fim nela. - respondeu Caliú.
- Talvez eu não queira dar um fim nela... - murmurou Nicolas.

Caliú e Madric, os sábios, olharam surpresos para Nicolas.

- Não por enquanto. Qual é, pelo menos tive a sorte de ela ser bonita. Posso tirar proveito disso. - falou Nicolas.
- Está... gostando da princesa getsênese? - perguntou Caliú.
- Sou homem, posso apreciar a beleza de uma mulher, não posso? Isso não significa que gosto dela. Ela é muito suicida pro meu gosto. Tentou se matar no quarto na manhã de ontem. Claro que vou me livrar dela, daqui uns tempos. Agora deixe-me tomar minha posição perante os deuses de Mytrias... e sorriam... hoje é meu casamento. - respondeu Nicolas.

Nicolas saiu dos corredores com um jeito alegre seguindo para um grande saguão na parte principal do castelo. Caliú e Madric se entreolharam, desconfiados da alegria de Nicolas.


O sol entrava pelas colunas do palácio real. Os raios refletiam na túnica branca longa de Micaili. O corpo magro e delicado era tão branco como a seda cintilante. Mas o rosto de Micaili parecia feito de gesso. Mantinha uma única expressão, enquanto as servas a vestiam e a preparavam, o cabelo preso em um coque perfeito, deixando cair cacho negros sob ele.

Micaili caminhou pelos corredores do castelo indo em direção ao saguão dos deuses. Nicolas estava parado diante da estátua da deusa Agnes, a deusa do matrimônio de Mytrias. Quando Micaili entrou no saguão, os olhos de Nicolas não piscavam mais. Micaili, apesar da expressão fria, parecia um anjo flutuando sobre as rosas despedaças no chão, a túnica branca esvoaçando a cada passo, os olhos inexpressivos e o cabelo negro perfeitamente arrumado.

Quando Nicolas deu por si, ela já estava diante dele, e então ele percebeu que os olhos de Micaili brilhavam. Os olhos brilhavam, mas não era de emoção boa. O ódio dela fervilhava em lágrimas de repulsa e sede de vingança. O dorso de Nicolas se arrepiou ao ver tanto ódio dentro dos olhos da princesa getsênese. Depois do susto inicial, Nicolas relaxou e sorriu para ela com uma expressão sarcástica, apanhando sua mão e a colocando perante Agnes.

O deus do matrimônio do país de Getsêny era outro. Martires era o nome dele. Para Micaili era doloroso demais se casar diante da estátua de uma deusa que nada significava para ela.

O mago Flértipas selou o compromisso de Nicolas e Micaili debaixo da estátua de Agnes. O pacto entre Getsêny e Mytrias estava selado. Nicolas cumprira sua parte se casando com Micaili, e então Icarus teria de oficializar sua parte, dando à Mytrias a região do Norte.

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