segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Última Traição - Parte 25

O vento soprava congelante do Leste. Os cavalos trotavam em perfeita ordem. O céu cinza dava mensão de que a noite vinha com urgência. Simon Castella deu o sinal para que os soldados parassem:
- Soldados! O vento vem trazendo nuvens. A chuva é iminente. Estamos muito perto do reino do Leste. Vamos acampar aqui esta noite. Assim que o sol estalar no céu, nos colocaremos a caminho do contorno da àrea Leste. Dispensados! Descanssem.

Os cavalos foram amarrados nas àrvores e as barracas foram montadas. A noite fria engoliu o céu em poucos instantes. Mas ainda não chovia. A maioria dos homens, cansados pela viagem, se puseram dentro das barracas beges para dormir, visto que o amanhecer trazia mais cançasso. Simon ainda estava perto da fogueira, sentado com um mapa na mão. Dois homens altos e robustos se aproximaram dele:
- Com licensa alteza, mas precisamos da sua atenção um instante. -disse um dos homens.
- Claro, fale soldado!- respondeu Simon, num tom disposto.
- Vimos algo estranho atrás das àrvores, acho bom verificarmos.- falou o outro homem.
- Hum! Vou chamar outros homens... - falou Simon.
- Não senhor, não creio que seja necessário. Vimos o que parecia ser um homem. Acreditamos que seja um espião do Leste. Nós três podemos com ele. - falou o primeiro homem.
- Bem, se é apenas um... vamos lá verificar.- respondeu Simon.

O três entraram na floresta escura. Andaram um tempo, vasculhando.
- Parece não haver nada aqui. - disse Simon finalmente.
- Senhor, vi um vulto correndo alí. Se formos rápidos, pegamos o maldito espião. - falou urgente um dos homens.

Os dois soldados dispararam a correr. Como era o líder, Simon sabia que tinha que acompanhar os dois. Correu atrás deles, com a mão na espada. Depois de uns intantes Simon parou de correr. Viu que os dois homens tinham sumido. Olhou em volta e percebeu o quão longe do acampamento ele estava. O vento gelado trazia um som suave e congelante, e a escuridão revelava apenas uma espessa neblina. Dois vultos se aproximavam de Simon. A adrenalina começou a correr no sangue, e Simon pousou a mão na espada da bainha.

Num estalo, uma espada golpeou o ar. Sim, aquilo era uma armadilha. Simon se desviou, empunhando sua espada. Na escuridão, vultos se altercavam. Anos em guerra, Simon tinha excelentes reflexos, mas dois contra um o deixavam em desvantagem. Um dos homens feriu Simon no braço direito, enquanto o outro ainda golpeava o ar tentando alcançar o príncipe. Quanto mais lutavam, mais se distanciavam do acampamento.

Simon feriu um dos homens no pescoço. Este caiu por terra e estribuchava enquanto o sangue lhe esvaía da jugular. O outro continuava atacando e acertou Simon num ferimento mais fundo na barriga. Arrancando a espada de si antes que lhe atingisse um orgão vital, Simon cravou a espada dourada no peito do outro homem, que também caiu por terra, morto.

Simon deu uns passos para trás, olhando os dois homens que lhe haviam atacado. Por que fizeram isso? Com certeza alguém lhes havia contratado para o serviço. Mas quem? Zonzo e perdendo muito sangue, Simon continuou andando para trás, sem perceber que atrás de si havia um barranco. Quase desmaiando, Simon rolou morro abaixo, caindo inconsciente na grama seca.

Nenhum comentário: