segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Última Traição - Parte 32

Lira correu para a tenda cinza e acordou Simon.
- Simon, por Deus, temos que sair daqui!
- O que houve, meu anjo? Por que está assustada?
- Acabo de ouvir Irian e meu oficial Minotty. Eles estavam tramando. Estão vindo nos matar!
- O quê! - gritou Simon, se levantando.

Num salto, Simon colocou sua roupa oficial. Duas sombras se aproximavam da tenda cinza. Simon empunhou sua grande espada, e puxou Lira para trás de si. Uma ponta de raio de sol jazia no horizonte do céu cinzento.

As duas sombras entraram na tenda, se assustando ao encontrar Simon desperto e na posição de defesa. Irian retomou o controle e falou:
- Ora, ora... por que a defensiva?
- Seu maldito! - gritou Lira - Vou gritar, vou despertar meu exército! Minotty, seu traidor! Você irá perder sua cabeça. Você pode me trair, mas o meu exército não desobedecerá minha palavra!

Minotty estremeceu com as palavras de Lira. Ele era muito fiel ao reino do Sul. Aceitou matar Lira porque acreditou nas mentiras de Irian de que ela estava traindo o pai. De certo modo, isso não era em tudo mentira. Mas matar Lira e Simon dormindo seria fácil. Ninguém poderia provar que havia sido ele e Irian. Os ídios seriam dizimados pelo exército do Sul, e tudo acabaria bem. Mas agora, com Lira e Simon acordados, haveriam gritos. Logo, viriam os exércitos, e Minotty seria preso por traição, e executado. Mas Irian não se deixou abalar. Ele sempre tinha um AS na manga.

- Senhor Simon Castella. É incrível como ama e confia na princesa Lira. Mas, devo abrir teus olhos. Dois homens lhe atacaram na floresta, não foi? - perguntou Irian, argucioso.
- O que... como... como sabe disso? - perguntou Simon, confuso. Afinal, ele só havia contado a Lira a respeito do ataque e da conspiração que desconfiava.
- Sabe quem pagou os homens para que o matasse? - perguntou Irian, sorrindo.
- Termine! - exclamou Simon.
- A mulher que chamas de esposa! - respondeu Irian, friamente.

Simon congelou. Virou-se para Lira esquecendo-se da posição defensiva. Em meio ao gelo, o príncipe apenas conseguiu sussurrar:
- Diga... diga que não é verdade...

Mas Lira não conseguia responder.

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