domingo, 11 de outubro de 2009

A Última Traição - Parte 31

A noite veio rápida, fria e cuvosa. Na grande tenda cinza, a àgua severa não entrava. Simon se aproximou de Lira com um sorriso iluminado:
- Não faz idéia do quanto senti sua falta, meu anjo! - disse Simon.
- Ah Simon, eu fiquei com tanto medo, você não faz idéia do quanto sofri tendo que por aquele vestido preto de luto...
- Eu sei, Lira. Mas temos um grande problema. O que fizeram comigo foi conspiração. Alguém pagou aqueles homens para me matar. Agora entendo porque odeia seu pai. Não sei por que ele queria me matar, mas deve ter dinheiro e poder envolvi...
- Simon! - Lira o interrompeu, colocando o dedo em seu lábio- Não tire conclusões precipitadas. Vamos voltar para o Sul em paz. Lá as coisas irão se resolver.
- Sabe alguma coisa sobre isso? - disse Simon, desconfiado.
- Está... desconfiando de mim? - disse Lira, assustada.
- Hahahahaha... não amor - respondeu Simon - Por favor, não quero brigar com você minha Lira. Tanto tempo longe, tanta dor. - disse ele, abraçando Lira - Só quero você essa noite, ter você em meus braços, em meu coração, em minha alma... sempre!
- Sempre... - repitiu Lira - Eu te amo!
- Eu te amo em dobro!
- Rá! Eu vim te buscar enfrentando uma tribo de índios, acho que te amo mais...
- Não exagere. Eu fiquei sofrendo sentindo sua falta enquanto estava cercado de índias lindas e com poucas roupas...

Taf!!! Lira deu um tapa no braço de Simon, que fez um estalo. Ele riu da reação da esposa, e depois suspirou:
- Realmente não quero passar a noite discutindo quem ama mais quem aqui. Prefiro te provar isso! - exclamou Simon, puxando Lira para a intensidade de seu amor.

O vento soprava forte, mas a chuva cedera um pouco. Chuviscava congelantemente, e ainda era noite, embora fosse amanhecer a qualquer momento. Lira ainda estava na grande tenda cinza deitada sobre o corpo de Simon, que dormia tranquilo. Mas um cochicho conhecido despertou a princesa. Lira se levantou, colocando o vestido escuro. Encostou-se na entrada da tenda, focalizando o cochicho. Era a voz de Irian na tenda ao lado, e conversava com alguém.

Lira saiu da tenda com passos leves, indo silenciosamente em direção à tenda mais clara, de onde vinha a voz de Irian. A chuva caia fina em seu cabelo castanho, deixando-o molhado e escuro. O frio do fim de noite arrepiava os braços branco de Lira, mas ela não se importava, nem ao menos estava ciente do frio. A voz de Irian era maliciosa, igual à quando ele armava junto com ela a morte de seu pai. Irian estava tramando algo, e isso estava deixando Lira assustada. Entorpecida pelo medo do que Irian estaria tramando, Lira não sentia a chuva. Estava hipnotizada pelo som da voz, querendo compreender as palavras. Chegando perto, Lira escutou a parte mais importante da conversa, e reconheceu a segunda voz. Irian conversava com o oficial Minotty, chefe do exército fiel e leal da princesa Lira. Minotty perguntou:
- E então, como faremos isso?
- Eles estão dormindo agora. É a hora exata para acabar com eles sem alarmantes. - disse Irian, maliciosamente.
- Não sei, eunuco. Não sei se vale a pena.
- Já te disse homem. Simon está tramando contra o rei junto com Lira. É uma traição conjunta. Temos que impedir e a hora é agora!
- Por que não entregamos os dois ao rei. Ele fará justiça!
- Oficial Minotty... é a filha dele! Lira é esperta. Vai fazê-lo se virar contra você. Se entregarmos eles, é a nossa cabeça que vai rolar!
- Fui escolhido para proteger a princesa Lira, e não para matá-la.
- Você jurou lealdade ao reino do Sul. É motivo o bastante.
- E como explicaremos os corpos ao rei Marshall?
- Os índios... são o bode expiatório perfeito. Decida-se Minotty, Marshall estará aqui com o grande exército pelo aura da manhã. Deixei o recado com Jequibeth para dizer ao rei onde Lira tinha ido. Ele está chegando, estou certo disso.
- Pelo bem do reino do Sul, vamos acabar logo com isso então! - falou Minotty decidido, colocando a mão sobre a espada.

Lira, do lado de fora, entrou em pânico.

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