sábado, 9 de janeiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 31

O treinamento foi tranquilo, a não ser pelas vezes em que o Jonny me ordenava algo eu TINHA que obedecer. Eu merecia o troféu "paciência". Mas com Matt me dando força, foi mais fácil suportar. No fim, fui para o chuveiro exausto mental e fisicamente.

Andei pelo estacionamento e entrei no meu carro. Foi nesse instante que me lembrei que estava na vaga dos nerds e que nem vi a cara de Adam Turnwell para arrancar-lhe os dentes por ter estacionado na minha vaga entre os populares. Tanta coisa aconteceu. A vaga parecia um cisco perto de um monte de ripas de madeira para mim naquele momento. Mesmo assim, uma parte do velho Bradley Tommas ainda existia no meu coração. Saí do maverick, peguei uma caneta e risquei a tinta reluzente do Porsh de Adam. Foi uma sensação maravilhosa. Olhar para aquele carro novinho com um riscão na porta. O sorriso em meu rosto devia estar mais reluzente que o carro. Corri pro velho maverick e saí dalí de alma limpa. Afinal, se alguém riscasse meu carro, mesmo sendo meu maverick velho de guerra, eu ia querer cortar os pulsos. Pensar em como Adam ficaria ao ver seu Porsh me deixava em êxtase.


Cheguei em casa e me deparei com Andrew sentada na sala. Ela me olhou, mas não correu para o quarto como achei que faria. Esse era o único momento em que ficávamos sozinhos, antes de nossos pais chegarem. Ela se levantou e veio até mim:
- Eu sinto muito, Brad... - disse ela, me olhando perturbada. Pena? Eu odiava que tivessem pena de mim.
- Eu não preciso da sua pena, obrigado. - resmunguei, jogando a bolsa no sofá.
- Não é pena, é empatia. Não sabe a diferença, seu cérebro de minhoca? - falou Andrew, mais àspera.
- Olha, noiva cadáver, pegue sua empatia e faça uma poção mágica, ok! - eu disse, mais àspero que ela.
- Por que você não consegue ser você mesmo nem quando está na pior? - perguntou Andrew, amarga, e aquilo deu uma pontada no meu coração. Havia me esquecido o quanto gostava dela. Mas meu coração idiota estava alí, batendo para me avisar.

Respirei fundo. Me virei para fitá-la. Tudo dentro de mim fluía para fora quando eu a olhava assim, com os olhos do coração. Minha alma latejava:
- Andrew, eu tinha tanta coisa inútil que não vai me fazer a menor falta. As líderes de torcida, a vaga no estacionamento... mas o basquete era minha vida... - eu disse, começando a sentir o quanto estava realmente magoado por ter perdido meu posto. Meus olhos arderam, e senti que precisava engolir o choro.

Andrew se aproximou de mim, colocou a mão em meu ombro e olhou no fundo dos meus olhos. Por um instante eu esqueci o que estava dizendo:
- Brad... você é o melhor jogador daquela escola. Vai conseguir ser o capitão de novo... todo mundo sabe disso. Onde está o mister músculos que eu conheço e implico? - disse Andrew, rindo. Todo mundo havia me dito aquilo hoje. Mas vindas de Andrew, finalmente as palavras tiveram efeito.
- Sabe, só existe uma coisa pra mim mais importante que o basquete. - falei, começando a dizer coisas que não havia planejado, como costumava acontecer quando estava com Andrew.
- Ah, é? - perguntou ela, sorrindo confusa.
- Você... - sussurrei. Quando dei por mim, já estava beijando-a.

Dessa vez ela não me empurrou. De alguma forma, ela estava sofrendo com a minha derrota também. Ela se preocupava comigo e sentia que precisava fazer algo para me deixar melhor. E ela me beijou de volta na mesma intensidade que eu a beijava. E eu sentia como se meu coração batesse num compasso diferente do normal. Ele batia junto com outro coração, no mesmo ritmo. Ele batia com o de Andrew. E aquilo era mágico. Porque quando eu estava com Andrew, eu era quem eu realmente queria ser.

Nesse momento, a campainha tocou.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Afinal, se alguém riscasse meu carro, mesmo sendo meu maverick velho de guerra, eu ia querer cortar os pulsos."

vc leu meu comentario ne
rsrs

sou a favor do Brad, mas ele ta dando trabalho. vamos ver se agora ele muda mesmo.

agora só segunda ne?
....
ate mais entao.
se cuida

FERNANDO MAGALDI disse...

Você deveria passar para pdf as suas histórias completas e postar aqui no blog para download. É mais uma forma de divulgar seu trabalho sem que as pessoas precisem ficar conectadas, devido ao tamanho dos textos.
Um abração!