sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 38

Os alunos que nos cercavam, vendo que eu não ia estribuchar no chão nem sangrar até a morte, foram se disperçando e indo embora. Matt veio para perto de mim, o único preocupado de verdade.
- Caaaaaara! O que foi isso? - perguntou Matt, com a mão no meu ombro.
- Acho que foi um acidente de carro! - respondi, sarcástico e irritado.


Matt revirou os olhos. Ele estava acostumado com minhas patadas.
- Eu te levo na sua casa, anda, vem no meu carro. - ofereceu Matt, amistoso como sempre.
- Entrar no seu Ford amarelo, e deixar meu carro aqui? Nem morto! - fui meio ríspido.
- Brad, você bateu com a cabeça. Não vou deixar você dirigir, brother. Vou te levar pra casa, depois você vem com a dona Janet ou o senhor Jonathan buscar o seu Maverick. - refletiu Matt.

Matt era tão calmo e paciente comigo. Eu já teria me mandado pro inferno. Respirei fundo. Não queria mais ser grosso com o único naquela escola que me estendia a mão. Lembrei de Andrew e me perguntei por que ela não veio correndo ver se eu estava bem. Ela se preocupava comigo, não? Aí me lembrei que ela sempre chegava antes de mim em casa, e que com certeza nem sabia do acidente. Olhei para Matt, menos irritado.
- Eu já disse que estou bem, amigão. Isso não foi nada. E o Maverick tá inteiro. Se o Adam dirigiu aquele entulho que ficou o carro dele, também posso dirigir meu carrinho. - fui mais dócil.
- Ferimentos na cabeça costumam dar sonolência. Você no volante ia bater o carro de novo. Está atordoado. Ei, você sabe que quero ser médico. Leio muito sobre isso. Então seja bonzinho e me deixe te levar para casa. - insistiu Matt.
- Por que quer tanto fazer isso? - perguntei, amoado.
- Você é meu amigo. Amigos são pra essas coisas. Sem contar que estou com saudades de comer o bolo da sua mãe, e ela com certeza vai me recompensar por salvar a vida do filhinho dela, não? - riu Matt.
- Ah seu interesseiro safado! - eu ri também. Fazia um bom tempo mesmo que Matt não ia em casa.
- Então, vamos? - perguntou ele mais uma vez.

Olhei melancólico para meu Maverick arranhado e com as lanternas trincadas. Ele estava muito melhor que o Porsche de Adam, mas parecia ressentido comigo por ter deixado que esse acidente acontecesse. Nunca tinha batido meu carro. Aquela vez que derrubei a moto de Andrew na garagem não contava. Acidentes de garagem não deveriam ser considerados acidentes. Depois fitei de mal gosto o Ford LTD 1968 amarelo horroroso desbotado de Matt. Eu cuidava muito melhor do Maverick do que ele do Ford. Deixar meu carrinho alí, sozinho? Matt percebeu minha hesitação e bufou.
- Tudo bem! Você está sendo idiota. Aqui na escola seu carro ia ficar muito bem e seguro. Ainda mais dentro do estacionamento. Mas se vai começar com essa boiolisse de sentimentalismo mecânico, eu não me importo. Deixa meu Ford aqui, depois venho buscá-lo. Vamos no seu Maverick, mas eu dirijo, pode ser? - propôs ele. Aquela era uma alternativa melhor.
- Ok! Mas cuidado com o Maverick. Ele não gosta quando outros o dirigem. - eu disse, zuando, piscando os olhos como se ainda demonstrasse sentimentalismo para com o carro.
- Vai tomar naquele lugar bem tomado! - riu Matt, entrando no Maverick do lado do motorista.

Um comentário:

Anônimo disse...

ahh que isso!
o maverick ja ta batido, deixa ele la mesmo
hehehe

o Matt é O Cara!
Amigo mesmo.