domingo, 31 de janeiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 46

- Oi crianças, esqueci meus óculos. - disse minha mãe, entrando apressada em casa.
- Oi mãe. - gaguejei, com a respiração meia cortada.
- Está tudo bem, querido? E o corte na cabeça? - perguntou minha mãe, percebendo meu jeito.
- Estou ótimo! - respondi, agudo demais, e ela franziu o cenho pra mim.

Os olhos de Janet dispararam para Andrew, e eu olhei preocupado na mesma direção. Andrew estava sentada no sofá de três lugares de novo, com aquela porcaria de livro nas mãos, concentrada numa leitura falsa. Franzi o cenho também. Andrew sabia disfarçar uma situação comprometedora mil vezes melhor do que eu - parecia que ela tinha feito isso milhares de vezes. Não gostei nada de pensar nessa possibilidade.
- Andrew? - chamou Janet.
- Ah, oi Janet. Desculpe, esse livro absorve a gente. Acredita que o Edward pediu pro Jacob ir pra cama com a Bella pra que ela tivesse um filho normal ao invés do híbrido que ela estava esperando? E o Jacob ficou muito tentado, viu. - tagarelou Andrew. Edward? Jacob? Bella? Cama? Pelo amor de Deus, ela lembrou até mesmo que parte do livro que estava lendo. Como disse Matt, Andrew era mesmo ninja.
- Ah, é aquele livro da série Crepúsculo que você estava lendo? - perguntou minha mãe, sem interesse real.
- Sim, você assistiu o filme comigo... muito bom. - Andrew parecia realmente absorvida pela história fictícia em suas mãos, como se nada tivesse acontecido entre nós.
- Querida, você viu meus óculos? Não consigo ler nada no trabalho sem eles. - pediu minha mãe.
- Não está no seu quarto? - sugeriu Andrew.
- Opa! Será que deixei lá em cima? Vou pegar. - disse minha mãe, se virando para as escadas.

Fitei Andrew, com os braços cruzados, balançando a cabeça negativamente.
- Que é? - se incomodou ela.
- Você é um ser maligno. - acusei.
- Hahahahaha! Claro! Não deixar que minhas emoções me afetem na presença de outros não é ser alguém maligno. É ser alguém equilibrado. - respondeu Andrew, boa nas respostas outra vez. - Eu hein Brad, tão bom na pegada, e tão criancinha assustada se é pêgo. Assim você desanima! - zombou ela.

Minha boca escancarou e meus braços caíram. Bom na pegada? Uma frase dessa nunca sairia da boca de Andrew Marew. Não a Andrew que eu conhecia. Não me surpreendia que eu sempre vi Andrew como um ser sombrio - eu não conhecia a alma dela.
- Eu sou um ser transparente e sincero, diferente de você, senhorita "eu não te amo, Brad". -provoquei.
- Você pode ser sincero, mas não precisa dar mole, medroso. - riu Andrew, posicionando o livro para ler.
- Espera minha mãe sair, e você vai ver só! - ameacei.
- Rá! Agora você virou homem! - ironizou ela. - Então vou me trancar no meu quarto, porque senão o Hulk moreno vai me pegar! - disse Andrew, rindo, levantando do sofá e indo para as escadas.
- Se fugir para o seu quarto, não pense que vou bater na porta. - avisei.
- Não estou contando com isso. - retrucou ela.
- Sei! Depois de tudo o que você me confessou hoje, não duvido mais dos seus desejos. Devem ser todos sórdidos. - eu disse, me sentando na poltrona.
- Eu já disse que o que aconteceu hoje não muda nada. Ainda te acho um babaca e não quero nada com você. Se o meu coração fez uma má escolha, o problema é dele. Sei bem controlar minhas emoções. - ela foi cruel.
- Quer saber? Não vou mais correr atrás de você. - decidi.
- Que bom, aceitou a realidade. - disse Andrew, sorrindo, mas eu podia ver a frustração em seus olhos.
- Não é bem isso. Só vou esperar. Você ainda vai implorar por um beijo meu.

Andrew caiu na gargalhada, mas eu não perdi a pose. Ela suspirou, ainda rindo:
- Vai sonhando, Bradley Tommas! - concluiu ela, subindo as escadas.
- São os sonhos que nos mantém vivos! - sussurrei para mim mesmo.

Liguei a TV, sentindo um turbilhão de emoções. Andrew sentia por mim o mesmo que eu sentia por ela. Ela era durona e orgulhosa, mas perdia todo o destemido auto controle em meus braços. Essa era a minha única arma contra ela: A atração que ela sentia por mim. Quando pensei nisso, ri da expressão de física "os opostos se atraem". Caramba, não é que era verdade mesmo! Não existia nada mais oposto do que eu e Andrew. Minha decisão de não me rastejar aos pés dela não era infundada. Sempre que eu ignorava Andrew, ela dava um jeito de se meter na minha vida. Ela não resistia ficar longe de mim, ela não conseguia viver se eu não estivesse envolvido no cotidiano dela. Cedo ou tarde ela cederia e eu não desconfiava nada que ela se jogasse em cima de mim, não depois do que ela disse sobre "bom na pegada". Sempre achei que as meninas na escola corriam atrás de mim por eu ser capitão do time de basquete. Mas agora eu tinha certeza de que era porque eu tinha pegada. E era bom nisso. Nem Andrew ficou imune aos meus encantos. Ri sozinho de satisfação. Nesse momento, minha mãe desceu a escada:

- Encontrei meus óculos! Tenho que correr, estou atrasada! - avisou ela, correndo para a porta da sala.

Assim que ela abriu a porta, eu vi a figura alta com a mão levantada e o punho fechado pronto para bater, mas interrompido pela minha mãe. Era Stuart Kennesty. Gelei no instante em que o vi, alí, na porta da minha casa.

Um comentário:

Anônimo disse...

kkkkkk
a Andrew leu quantas vezes esse livro? 12 nao foi? assim é facil...
lembro da epoca q eu era viciado em O Poderoso Chefao.. eu podia conversar só usando as falas do filme e do livro!
mas isso ja é passado...


esse caso dos dois nao vai acabar desse jeito rsrs
tem muito mais pra sair desses dois jovenzinhos
hehe