sábado, 30 de janeiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 45

- Você está bem? - perguntou Andrew, aflita.
- Não, acho que estou morrendo. Deve ser hemorragia interna, como minha mãe disse. - dramatizei.
- O que você está sentindo? Tá doendo a cabeça? - Andrew se aproximou de mim, preocupada.
- Na verdade, não tá doendo nada. Mas estou ouvindo coisas. - confessei.
- Hã? - se confundiu Andrew.
- Achei ter ouvido você dizer que queria que eu te beijasse. Nossa! Devo estar mal mesmo. - lamuriei.

Andrew me deu um soco forte no braço.
- Ai! - exclamei.
- Seu idiota! Achei que estivesse passando mal! Que susto! - rugiu ela.
- Espera... você realmente disse isso? - perguntei, pasmo.
- Disse! Argh!
- Ah, então quem está passando mal é você.
- Brad! Pare de gracinhas!!! - reclamou Andrew. - Não dá mesmo pra ter uma conversa séria com você! Vai ficar fazendo piadinhas agora...
- Não, não! Desculpa. - intervi, rápido. - É que isso, pra mim, era quase impossível.
- Que eu também goste de você? - perguntou ela.
- E você gosta?
- Se eu quis que você me beijasse é porque gosto de você, não é? - raciocinou ela.

Olhei para Andrew por um instante, confuso.
- Ah, desculpe... esqueci que no seu mundinho você beija pessoas só por beijar! - disse Andrew, amarga.
- Não, não, não, não! - me toquei logo. - Desculpe Andrew, eu... é que eu quis tanto ouvir isso de você que, agora que eu finalmente consegui, estou completamente perdido.
- Eu quis arrancar meu coração e dar para os cães de rua comerem quando pensei na possibilidade de estar gostando de você, então, acredite, você não é o único perdido aqui. - reclamou Andrew.
- E por que negou esse tempo todo? Você me fez sofrer, sabia? - confessei, magoado.
- Argh, Brad! Você sempre foi um canalha. Podia muito bem estar me sacaneando.
- Mas não estou.
- Agora eu sei... eu soube quando você perdeu a posição de capitão do time de basquete. Você parecia mudado. Não ligava mais praquelas líderes de torcidas sem cérebro, nem pra sua reputação e nem pra nada. E estava tão triste. E meu coração doeu de ver você daquele jeito. Mas mesmo arrasado, você veio e me beijou. Eu queria matar você, porque o seu beijo dissipou todas as dúvidas que eu tinha em relação a mim mesma no que dizia a respeito de você. E eu queria morrer por ter gostado muito mais de beijar você do que qualquer outro garoto. - suspirou Andrew.
- Qualquer outro? Espera, quantos garotos você já beijou?
- Vai pro inferno, Brad! - ela não estava de muito bom humor.
- Pelo jeito, eu já estou nele. - eu disse, passando de leve a mão no rosto dela.
- Enfim, isso não muda nada! - concluiu Andrew, tirando a minha mão bruscamente da maçã de seu rosto de boneca de porcelana.
- Como não muda nada? - disse, agora tenso.
- Brad, nós somos dois idiotas. Não podemos gostar um do outro. Somos muito diferentes, e nossos pais iam pirar com isso. - refletiu Andrew.
- Mas...
- Não tem essa de "mas"... tudo isso é precipitação nossa. - disse Andrew, conformada, passando a mão no cabelo. - Vai passar. É por isso que eu não queria admitir nada. Porque você nunca esteve e nunca estará nos meus planos.
- Mas você terminou com Stuart por minha causa.
- Terminei com ele porque sou uma pessoa ética. - respondeu Andrew.
- Tente ser ética em relação a isso então! - eu disse, puxando ela para mim pelo braço.

Queria uma vez na vida que ela me agarrasse. Afinal, era a vez dela de se libertar dos receios. Mas Andrew sempre falou demais! Então, mesmo quando era ela quem estava confessando que me amava, eu é que tinha que tomar a iniciativa e partir para a melhor parte de tudo isso. Beijei Andrew e dessa vez ela não me empurrou, nem hesitou. Não tinha porque negar, se agora ela havia admitido para si mesma o que eu estava tentando provar esse tempo todo. Ela me beijou de volta com a mesma intensidade, e eu nunca havia me sentido mais vivo. Como eu não poderia estar nos planos dela, se ela me beijava daquele jeito? De repente, um som, mesmo baixo, a fez me empurrar. A porta estava sendo destrancada e aberta por alguém. Ofeguei quando Andrew se afastou de mim, mas me recompus assim que vi minha mãe entrando na sala.

Um comentário:

Anônimo disse...

Puxa é final de semana mesmo?
rsrs

Ah Andrew...
ela pensa com a razao em vez de pensar com o coraçao, isso é bom, mas quando o assunto é amor, a razao nao tem vez...