sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 26

Tudo bem, era uma coisa difícil de se admitir. Eu estava apaixonado pela única pessoa na face da terra que nunca se apaixonaria por mim. Ri de mim mesmo ainda fitando a imagem no espelho. Eu e Andrew juntos? O que eu era perto dela?

Talvez todo esse tempo ela tivesse razão. Eu era um palhaço, um babaca. E ela... ela era alguém que nasceu no planeta errado, onde todos são babacas como eu. Porque para todos eu era o certo e ela a errada. Quem era Andrew Marew? Apenas alguém que escolheu ter uma vida independente das influênicas humanas tão mesquinhas repletas de falsas filosofias. E o fato de ela não estar na mesma sintonia que o mundo inteiro fazia parecer com que realmente ela estivesse em outra dimensão. Eu conseguia vê-la, mas não tocá-la.

Respirei fundo. Talvez eu não estivesse apaixonado por ela. Isso poderia muito bem ser uma precipitação minha por todos os problemas que eu estava passando. Pensei em tomar um banho frio e esquecer tudo, mas essa dorzinha no fundo do meu coração ainda incomodava. Eu nunca fui um medroso. Quando tinha 5 aninhos, meu abajour do super man queimou e minha mãe queria deixar a luz do corredor acesa para que eu não dormisse no escuro. Quando ela adormeceu, eu fui até o corredor e apaguei a luz. Tudo bem, eu saí gritando até o quarto da minha mãe depois de quinze segundos, mas tinha tido a coragem de apagar a luz. Isso contava como coragem, não?

Abri a porta do meu quarto e fui até o quarto de Andrew. Bati na porta:
- O que você quer? - era óbvio que ela sabia que era eu, visto que eu era a única pessoa na casa.
- Eu preciso falar com você, por favor. - eu? Pedindo "por favor" a Andrew? Caramba, tava mal mesmo.
- Vai embora! - gritou Andrew.
- Andrew, me escuta... se você se acha mais madura que eu, deveria aceitar conversar... - argumentei. Funcionou, ela abriu a porta.

Andrew olhou para mim, mas o rosto não possuía mais raiva e sim uma certa frustração. Entrei no quarto e ela (não sei por que) fechou a porta e encostou na madeira escura me fitando, talvez esperando que eu falasse. Não imaginei que depois de saber da verdade seria tão difícil falar com ela. Minha respiração acelerou, e tive que olhar para baixo e respirar fundo antes de começar:

- Andrew... estamos realmente com um problema aqui... - comecei dizendo, mas ela me cortou.
- Problema? Sabe qual é o real problema, Bradley Tommas? O problema é você! Sempre foi você! Desde o primeiro dia em que você veio para essa casa. Você é um ser limitado completamente absorvido por esse mundinho fútil. Eu sempre soube que você seria um problema. Agora você acha que pode ter qualquer garota... tudo bem, talvez você possa ter qualquer garota. Qualquer babaquinha patricinha fresca. Mas não pode ter a mim! Não pode me beijar! Porque eu nunca iria querer algo com um mala como você! - rugiu Andrew, e eu estremeci com as palavras dela.
- Andrew, eu só...
- Isso é o que eu mais odeio em você. Quer se arriscar um pouco mais, e me coloca na sua lista? E o pior de tudo é que você mesmo não entende as próprias intenções. - ela bufou, e olhou para mim com um ódio confuso, nada focalizado. - Você é o ser que mais atrapalha minha vida. E eu odeio que apesar de eu saber o quão inútil você é, eu ainda me confundo. Eu permito que você me confunda. Você... você... você é o vilão da minha história, Bradley Tommas Stanley!

Eu ofeguei. Não esperava por isso. Eu sabia que ela me odiava, sabia o quanto eu era insuportável para ela, mas nunca imaginei que ela me encarava como um vilão. Aquilo doeu em mim. Então meu coração idiota decidiu desabilitar meu cérebro e falar por si mesmo. Quando abri a boca, não fazia idéia do que ia dizer, e mesmo assim eu disse, como se eu fosse um instrumento e algo muito poderoso me controlasse naquele momento:

- Tudo bem, eu sei... eu sou o vilão da história então... mas, se todo vilão tem uma fraqueza... a minha é você... - eu disse, quase sussurrando, e senti que toda a raiva de Andrew desmoronava diante de cada palavra que eu falava. Quando terminei, seus olhos brilhavam demais, e eu percebi que estavam cheios de àgua.

Eu não aguentava ver lágrimas por natureza masculina. Mas ver Andrew chorar era ainda mais doloroso pra mim. Fui até ela com cuidado e peguei seu rosto de porcelana nas mãos. Ela estava levantando os cílios molhados e eu sabia que assim que seus olhos encontrassem os meus, eu não saberia mais o que estava fazendo e a beijaria de novo. Mas antes de me olhar, Andrew murmurou algo:

- Não... Stuart... Stuart... - ela sussurrava, como se implorasse.
- Stuart é um babaca. - eu murmurei, sem pensar, só querendo que esse nome desaparecesse do momento. Droga! Não devia ter dito isso. Com certeza eram as palavras erradas. Eu tinha a vitória nas mãos, e joguei no chão pisando em cima. As sobrancelhas finas de Andrew se uniram numa raiva maior do que eu já conhecia.
- Eu já disse que o babaca da história é voce! - gritou ela, me empurrando e abrindo a porta. - Sai! Sai agora do meu quarto!

Eu hesitaria e tentaria de novo, se não tivesse ouvido o sedan de Jonathan, pai de Andrew, virando a esquina. Aquele som era conhecido, mas naquele momento era um alerta. Não queria explicar nada para ninguém agora, e tinha certeza de que Andrew também não. Saí do quarto olhando para ela, até que ela bateu a porta com força atrás de mim. Tudo bem, eu não ia desistir tão fácil.

3 comentários:

Anônimo disse...

Permissao pra usar essa frase:

"Você é um ser limitado completamente absorvido por esse mundinho fútil."

heehe

nem sei o q comentar viu....

o Brad ainda nao me agrada completamente. ele tem q entender q ele nao pode ter tudo o que quer e do jeito q quer.

Jess, ficamos aí uns 2 dias sem historia ne. pode largar sua vida pessoal e escrever mais!
hehehe
zueira. parabens ae
bjo

JeSs disse...

HSAUSHUAHSU
prometo que dia 4 estamos de volta com tuuuuuuudo

Anônimo disse...

dia 4?
naaaaaooooooooooo!!!


kkkkkkkk