sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Palco de Agatha - Parte 10

-Alô! Gerard... Agui... ela estava aqui!!!
-Calma Tomas. Você falou com ela?
-Falei, e ela está muito esquisita. Não sei explicar... eu falei pra ela que não podíamos ficar juntos e ela ficou muito irritada.
-É um pouco óbvio que vocês não podem ficar juntos. Mas você não devia ter espantado ela de novo. Eu andei pesquisando sobre aquele líquido. Descobri muitas coisas. Tem como vir aqui?
-Claro amigão! Já to indo praí.

E Tomas desligou o telefone quando a porta se abriu. Antonella chegou com o rosto cansado e olhou o marido com uma expressão vazia:
-E então, acabou essa palhaçada de correr atrás da morta?
-Antonella, você sabe que eu preciso resolver essa história... senão Agatha vai nos assombrar pra sempre. Ela esteve aqui agora a pouco outra vez.
-Aquela morta aqui de novo? AAAAAAH TOMAS, eu cansei.... cansei de tentar reconstruir seu coração. Três anos de trabalho àrduo. Fiquei do seu lado porque te amo, suportando você suspirar o nome dela pela casa. E quando você parece estar melhor ela vira zumbi. Isso é demais pra mim... cheg... - e Tomas tocou o lábio de Antonella delicadamente.
-Antonella. Eu sei tudo o que você fez por mim. E sei que Agatha está morta, apesar de estar aparentemente viva. Eu preciso resolver essa história, porque ela é metade do meu coração. Antes ela era meu coração por inteiro, mas quando ela morreu, metade dele foi entregue pra você. Eu... eu amo você!
-Ama? Você nunca... Tom... acredita que nunca disse isso pra mim antes?
-Eu sei. Eu estava morto junto com Agui, e agora voltei a viver com ela. Mas precisa encarar a realidade como ela é. Me dói te magoar. Por isso, me deixe ir...
-Tom... - disse Antonella quase chorando - vai lá... e depois volta pra mim tá?
-Ok!

Tomas saiu pela porta e pegou o carro. Dirigiu até a casa de Gerard apressadamente. O que ele dissera a Antonella era verdade. Seu coração se encontrava cortado ao meio pela espada do passado e presente, onde metade pertencia dolorosamente à Agatha, da qual a morte dominava, e à outra pertencia a Antonella, que a vida enchia de formosura.

Agatha chegou às ruínas de Del Bellis. Entro em passos furiosos, enquanto os cipós dominavam suas pernas e braços, a ligando novamente aos escombros. Agatha se dirigiu ao palco, com a respiração agitada, os olhos faíscavam enfurecidos, e as ruínas tremiam junto com a fúria da bailarina. Os outros zumbis a fitavam, assustados com o poder que ela tinha alí. Então Agatha finalmente pois-se a falar:
-Ele... ele ama aquela loira maldita!

Andrew, o melhor amigo de Agatha, era o único que sabia que ela falava de Antonella. Se aproximou do palco e falou:
-Três anos é um bom tempo pra se deixar o passado para trás...
-PASSADO??? É ISSO QUE NOSSO AMOR É??? PASSADO???... Quando Julieta acordou do sono da morte fingida e deu-se com Romeu morto ao seu lado, ela não chorou e saiu dalí procurando outro amor. EU NUNCA FARIA ISSO SE ESTIVESSE NO LUGAR DE TOMAS!!!
-Calma Agui, você vai derrubar as poucas paredes que ainda estão de pé aqui.
-Andrew... eu quero... eu quero Antonella aqui...
-O quê? Agui, não... isso é...
-Isso é uma ordem. Eu quero aquela traidora safada em minhas mãos. NESSE LUGAR ONDE EU POSSO FAZÊ-LA SOFRER SOB MEU PODER!
-Agatha...
-E tem mais. Tomas virá atrás dela. E eu vou acabar com os dois. Roubar deles a vida que me foi roubada. Antonella, eu descartarei do meu baralho como a carta 8,9 e 10 do Truco. Mas a Tomas, mergulharemos no líquido tóxico, e não importa o quanto demore... ele acordará e será como EU!

Andrew olhou contristado para Agatha. Mas sabia que não podia fazer nada. Teria que obedecer. Olhou para os outros zumbis, e eles saíram pelas ruínas, caminho à casa de Antonella. O pesadelo do palco de Agatha estava para começar.

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