sábado, 15 de agosto de 2009

O Palco de Agatha - Parte 5

Os traços do rosto eram de Agatha. Só poderia ser ela. Mas como? Depois de 3 anos, viva? Onde ela esteve esse tempo todo? Tomas ficou zonzo com a situação. Agatha estava estranha, acabada, parecia uma criatura, um zumbi. Mas era Agatha:
-Agatha?.. é... é você?
-O quê? Tom, não está me reconhecendo?
-Da onde você veio?
-Eu não sei direito. Estou tão assustada. A última coisa que me lembro é do barulho, e do teto caindo. Depois escuridão, somente escuridão. Então uma dor enorme corroeu meu corpo todo. E eu acordei debaixo de um monte de coisa. Saí completamente zonza desesperada em chegar em casa. Tomas... o que aconteceu? Por que eu estava lá?
-Não... não... -começou a choramingar Tomas - ...essas alucinações de novo não! Foram 2 anos de psicologo para parar de ver você nas sombras e agora eu ouço sua voz tão claramente... não...
-Tom, eu não sou uma alucinação. Sou eu meu amor.
-Ah .... meu ... Deus!!! - exclamou Antonella descendo da escada.

Ela parou em chocada em frente à Agatha, ao lado de Tomas. Sua boca aberta de surpresa, sem reação. Depois de um minuto de silêncio, ela conseguiu dizer:
-Você é um zumbi?
-O quê... eu... Antonella, o que faz de camisola na minha casa? - perguntou Agatha
-Sua casa? Agatha, você está morta à 3 anos! - respondeu desacreditada Antonella
-Morta? Não... à pouco tempo eu estava dançando... eu... eu desmaei eu acho...
-Não, você morreu! Três anos atrás um helicóptero militar se chocou com o teatro e as ruínas mataram você e os outros bailarinos. Três anos... e você está aqui... veio nos assombrar?
-Não... eu, eu só voltei para casa... minha casa... meu marido...
-Olhe pra você Agatha. Você está branca como giz. Seus olhos brilham verde florescente. - Antonella se aproximou e tocou com a ponta do dedo em Agatha - e está fria... fria como um defunto.
-Se eu estou morta, como explica eu estar andando, pensando e falando?
-Não sei! Não sei! Isso é loucura. Você é um zumbi que veio atormentar minha vida. Depois de 3 anos àrduos para curar o coração do meu Tomas, você volta pra me assombrar. Seja lá o que você for, volte pras trevas sua zumbi... saia da minha casa!!! - gritou Antonella

Agatha olhou para Tomas, que continuava parado fitando a mulher que tanto amou. Ele estava em choque. Agatha derramou-se em pranto, mas correu para a porta da frente. Tomas balançou a cabeça, e correu atrás:
-Não Agui... não vá... por favor... - e o "por favor" saiu como um sussurro

E ele ficou parado em frente da casa, na chuva, zonzo, sem saber se Agatha havia estado mesmo alí, ou se fora outra de suas alucinações. Antonella correu até Tomas:
-Amor, ela foi embora... é um fantasma... não vai voltar... entre, você vai se resfriar.
-Agatha... Agatha estava aqui não estava?
-Sim amor, ela é um zumbi horrível.
-Preciso... preciso falar com Gerard... agora, o telefone...
-Gerard? Aquele seu amigo cientista?
-Sim.. sim ... -disse Tomas, agitado, correndo para dentro - o número... telefone...
-Tomas pare!!! - gritou Antonella - São 4 da madrugada. Gerard está dormindo. E o que diabos você quer com ele?
-Gerard nunca dorme. E se dormiu, vai acordar. Ele tem que me explicar como uma mulher morta estava na minha sala essa noite, me chamando de amor. Algo aconteceu Antonella... algo que ressussitou Agatha. Eu preciso saber o que é!
-Não...
-Shiiiiiiiiuuuu!!!- cortou Tomas, no telefone - Gerard, oi amigão. Estou indo pra sua casa. É, é mais uma de minhas loucuras sim... você não vai se arrepender de me atender. Ok! Estou indo praí! - disse Tomas desligando o telefone e pegando casaco atrás da porta.

Ele pegou a chave do carro e saiu apressado à caminho da casa de Gerard. Antonella tentou impedí-lo, mas não conseguiu. Agatha tinha mesmo voltado dos mortos para atormentar a vida de Antonella.

*Continua

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