terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Palco de Agatha - Parte 13

O carro estava no limite de velocidade. Tomas tremia ao volante. Era 1 e meia da madrugada, e a noite estava fria, nebulosa e sem estrelas. Típico de uma madrugada de segunda feira, as ruas estavam desertas e escuras. A rua lisa e molhada depois de uma tarde chuvosa comprometia os pneus do carro de Tomas, que derrapavam. Mas ele, em seu desespero, não se importava - apenas queria chegar ao teatro Del Bellis antes que Agatha ferisse Antonella.


Gerard ficou em sua casa, quebrando a cabeça pensando em uma forma de derrotar Agatha. Não poderia avisar a polícia sobre os zumbis - talvez nem ao menos acreditassem nele. Tinha que ser objetivo. Talvez analisando o líquido tóxico novamente acharia alguma fraqueza. Foi quando olhou para a gaiola do rato zumbi que ele havia criado experimentalmente:
- Oh ... meu ... Deeeus! - exclamou o cientista, com uma mistura de ironia e espanto.

Aproximou-se da gaiola para olhar melhor. Sim, o ratinho dos olhos verdes cintilantes estava flutuando na gaiola e os pedacinhos de papel no chão dela flutuavam em volta dele. Era como se o pequeno zumbi-roedor tivesse poderes sobre a gaiolinha onde havia sido transformado. Foi nesse instante que Gerard ligou os pontos:
- O rato... poder... o líquido. Oh! - pegou a câmera em cima da pequena mesinha ao lado do sofá e se posicionou para gravar. - Experiência 995, Líquido Tóxico Teatro Del Bellis Parte 5. Hoje foi detectada mais uma anomalia na cobaia de número 1. Além dos já considerados olhos cintilantes, pele fria e respiração agitada, hoje a cobaia apresentou certa influência sobre o espaço onde foi transformada em zumbi. A cobaia controla os pequenos adereços da gaiola, como podem ver na imagem... mas o que? - parou de repente.

O pequeno estava mordendo sua patinha e depois começou a arranhar o pescoço com as unhas compridas que possuía.
- Droga! Não faça isso cobaia idiota... - e o cientista correu em direção ao ratinho, abrindo apressadamente a gaiola. Mas quando abriu, parou - Que tipo de reação é essa? Não seria nada científico e profissional impedir o rato de se coçar... mas é que parece que ele quer se machucar... Oh! Droga!

E realmente o objetivo do ratinho-zumbi era se machucar. Ele arranhou o pescoço com força até cortar a àrea da jugular. Então começou a jorrar o líquido tóxico que preenchia as veias finas do roedor. Em intantes, ele expirou e morreu. Gerard observava pasmo. Então olhou pra câmera em cima da mesa maior e passou a dizer:
- Hora da morte 1 e 45 da madrugada... causa da morte: suicídio e insanidade ... cobaia número 1... resumo da experiência: fracasso... - então o olhar do cientista se iluminou - fracasso... ou não! Claro. Isso indica que os zumbis são mortais. Para acabar com eles, temos que fazer o líquido de suas veias jorrar para fora do corpo. Mas o que fez esse rato maluco se matar? Não sei...

Gerard correu para a cozinha e pegou a maior faca que tinha. Se esquecendo da experiência, pegou seu carro e saiu cantando os pneus.
-É... posso salvar meu amigo Tomas e a coitada da Antonella. Como eu imaginei, o líquido tornou Agatha um ser mal e insano. Ela terá que morrer... espero que Tomas supere quando eu cortar a jugular dela... e espero também que Tom me permita estudar o corpo zumbi da ex mulher dele... hahahaha isso soa tão insanamente... mas não importa... o principal é salva-los.

E o carro virou a esquina à caminho do teatro Del Bellis.

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