domingo, 23 de agosto de 2009

O Palco de Agatha - Parte 11

A noite sem estrelas engolia o céu. Estava tudo escuro na casa de Antonella e Tomas. Ela estava sozinha na sala tomando um chá esperando Tomas voltar. A televisão ligada pra ninguém assistir, pois Antonella mal prestava a atenção. O vento batia na janela sem piedade, mas nada importava aquela noite. Apesar da real situação Antonella estava feliz. Tomas dissera finalmente que a amava.

De repente, num estalo, a caneca de chá caiu ao chão e se quebrou. Um grito abafado debaixo de uma mão fria que a tentava calar. Os zumbis pegaram Antonella e a levaram dalí.


TOC, TOC, TOC!!! A batida frenética só podia ser Tomas. Gerard abriu aporta com um sorriso malicioso no rosto. Tomas entrou ansioso, e se sentou na sala entre os tubos de ensaio jogados. E Gerard pois-se a explicar:
-Caramba Tomas, você não imagina que líquido é esse... do que ele é capaz...
-Se você parar de rodeios e me falar, eu vou saber!
-Calma. Escute... eu não sei que tipo de experiências os militares estavam fazendo com esse líquido, mas ele possui propriedades regeneratórias. Bom, por exemplo. Pra um ser vivo, ele é totalmente tóxico, podendo causar cegueira, paralisia e outros males. Mas em um corpo morto ele age nas poucas células vivas que restam, ressucitando as mortas. Talvez estivessem tentando achar realmente a cura pra morte cerebral. Cura pras pessoas que vegetam. Eu fiz experiência com dois ratos. Um vivo, e um recém morto, que eu matei hehehe. Bom, no vivo o líquido agiu como veneno, deixou ele cego e fraco, mas o morto reviveu.
- Então Agatha está viva mesmo?
- Não, não exatamente. O líquido não tem um efeito perfeito. Ele tem suas sequelas. O rato morto reviveu, mas seu sangue foi extinto do corpo e substituído pelo líquido. E ele enlouqueceu. É como se tivesse um colapso de personalidade. Ele... ele se mordia.
- Está dizendo que Agatha pode ficar louca?
- Bom, o ser humano é muito mais... bom... creio que Agatha não vai se morder.. hehehe. Ela é racional. Mas ela pode ter uma crise de personalidade e... se tornar uma... Escute Tomas, o ódio, o amor, as emoções nela são muito mais fortes do que num ser humano normal. Ela pode ser movida facilmente pelas emoções e agir sem pensar. Ela pode ser um perigo. Uma assassina.
- Ela não me mataria...
- A você não... mas e Antonella?
- Antonella! Eu a deixei sozinha... em casa!
- Droga Tomas, ligue lá, mande-a vir pra cá agora mesmo.

Tomas pegou o telefone e discou e nervoso para sua casa. O telefone tocou três vezes, e alguém o atendeu. Ninguém do outro lado da linha respondia, apenas uma respiração agitada soava.
-QUEM É??? ANTONELLA É VOCÊ???- gritava Tomas no telefone.
-... Antonella não pode atender agora... - respondeu uma voz suave
- Oh não! O que fizeram com ela... onde ela está?
- Relaxe Tomas... Antonella foi visitar Agatha. Suas duas esposas precisam ter uma conversinha. Talvez queira se juntar a essa reunião familiar. Sabe onde encontrá-las meu caro. Boa noite. - e a voz do outro lado da linha cessou.

Tomas olhou desesperado para Gerard. Agatha era um ser completamente movido pelas emoções. E nesse momento, ela era apenas ódio. E o objeto de sua raiva, Antonella, agora estava em suas mãos. O que eles poderiam fazer?

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