quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Palco de Agatha - Parte 2

O único som era o motor do carro pelas ruas vazias. Nem Agatha, nem Tomas estavam com uma expressão alegre. Mas alguém precisava quebrar aquele silêncio:

-Qual é o problema Agatha? Você não disse nem uma única palavra desde que saímos da casa de Antonella! - resmungou Tomas
-Tom não é possível que você seja tão inocente! Antonella não tirava os olhos de você...
-Ah não Agui... não começa vai... TÁ, tá bem, vamos supor que realmente Antonella ainda goste de mim. E daí? Tenho você, por que haveria motivos de eu querer algo com ela?
-Tom, eu sei que você não vai dar trela pra Antonella... mas ... é... bom, me irrita, me ferve o sangue quando ela fica secando você.
-Não importa mais Agui meu bem. Não vamos mais à casa de Antonella, não vamos mais vê-la ok? Seremos simpáticos se ela ligar de novo, mas nada de intimidades...
-Eu convidei ela pro espetáculo semana que vem. Ela disse que ia se sentar do seu lado.
-Mas você também é inteligente não? Morre de ciume, mas convida sua rival pra sentar do meu lado enquanto você estará ocupada no palco... palmas pra você!
-Não seja irônico Tom!Agora ela é minha rival? Hoje à tarde você disse que éramos amiiiigas...
-Você entendeu o que eu quis dizer.
-Tá bem amor. Eu sei que não há motivos pra ciume. Seus olhos serão só meus no teatro. O máximo que vai acontecer é ela ficar frustrada por não conseguir nada.

Tomas sorriu para Agatha. Ela tinha razão. Enquanto Agatha estivesse viva, Antonella jamais teria chances com Tomas.

No outro dia, Agatha acordou cedo e foi para o teatro. Lá Andrew já esperava com um sorriso no rosto.
-Vamos lá Agui... uma hora a mais hoje!
-Não me desanime Andrew, estou cansada só de pensar...
-Hahahaha, pensei que amasse dançar.
-É lógico que amo, mas sei lá, hoje não estou de bom humor.

E a tarde toda, treinaram os passos. E assim se deu durante a semana, até que o grande dia chegou. Era sábado, e Agatha estava no camarim dando os últimos retoques. Estava deslumbrante em seu vestido Tutu Bandeija curto. Era belíssimo, negro como a noite, e com detalhes vermelhos expressivos nas bordas. As sapatilhas negras, e o cabelo negro preso em um coque perfeito.
E o teatro estava lotado. Na fila para a entrada, Tomas aguardava anciosamente. Então ouviu alguém chamando seu nome:
-Tom... Tom... oi Tom. Não se importa se eu furar a fila não é? - disse Antonella, em seu belo vestido rosa longo de seda.
-Não Antonella, pode ficar aqui. - respondeu Tomas sorrindo, abrindo brecha para Antonella furar a fila.
-Estou tão anciosa pra ver Agui. Faz anos que não a vejo dançar. Ficarei bem ao seu lado pra curtimos esse espetáculo juntos.
-Claro Antonella. Mas não fique magoada comigo se comentar algo e eu não responder. É que quando Agui dança, eu fico hipnotizado. É como se nada mais existisse.
-Claro... - disse Antonella, chateada.

E a platéia glamurosa em smokens, vestidos de cedas e leques de plumas aguardavam o início do espetáculo. O grande palco mantinha as cortinas baixadas. E Tomas conseguiu um lugar no alto, e Antonella não desgrudava dele. No camarim, Agatha seguia pela porta quando deu de frente com Andrew.
-Oi Agui... pronta parceira?
-Andrew você quer me matar de susto? É, to pronta... vamos arrasar. Lembre-se de fazer cara de vampiro viu. Não se esqueça do tema do nosso espetáculo.
-Claro... Trevas não é? Olha só o pó branco na minha cara. Pálido desse jeito não preciso fazer nenhuma cara.HAHAAHHAHA. A propósito, que bela vampirinha você está hoje.
-Ainda não sou vampira esperto. Vou me tornar quando você me morder no 2° Ato, cena 3.
-Ah é, mas branquela do jeito que você é, acho que não vão passar pó em você! HAHAHAHAAH
-Ai Andrew... vamos lá vai!

E as cortinas se levantaram. A música da orquestra em frente ao palco soava leve. E Agui apareceu na ponta dos pés, rodopiando pelo palco. Antonella inclinou a cabeça para Tomas:
-Agui está linda, não é?... Tom... Tom... Tomas, estou falando com você!
-Ow... Antonella... desculpe, eu congelei. Te avisei que ficava em órbita quando Agui dança. Fique quietinha por favor.

Andrew entrou em cena, e os dois dançavam em suas roupas negras como cisneis das trevas dançando para a morte. Foi quando um zunido forte abafou a música da orquestra. O barulho que vinha do céu era tão alto que os bailarinos pararam de dançar. A platéia em silêncio olhava assustada para o teto. E o zunido ficava mais próximo a cada segundo. De repente, algo enorme estraçalhou o teto do teatro acima do palco, e os bailarinos no palco gritavam, enquanto a platéia pasma assistia a tragédia.

Um comentário:

Deni disse...

uff li tdo
achei lindo e queria saber se pode virar filme? *-*
xD~
abraços
prazer em vir aki
gostei e voltarei...
se permitir tbm seguirei...
grande abraço e ta convidad a vir no
www.bocadekabide.blogspot.com