quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou De Novo - Capítulo 25

Olhei para Andrew, minha mente clareando e ao mesmo tempo se embaralhando. Eu beijei Andrew Marew! Não conseguia acreditar naquilo. Eu devia cuspir no chão, passar àgua sanitária na língua e cortar os pulsos com a faca da bancada. Mas o máximo que conseguiria seria que Andrew me chamasse de emo, antes de chamar uma ambulância. Talvez ela não chamasse a ambulância. Talvez ela me deixasse esvair em sangue até morrer. Ou talvez eu mesmo teria que pegar meu celular no bolso e chamar a emergência pra mim. Então isso renderia umas boas manchas no carpete que eu teria que esfregar depois que dessem pontos nos meus pulsos. O pior de tudo é que eu não queria cuspir, nem me flagelar por tê-la beijado. Uma parte de mim queria beijá-la de novo, enquanto meu bom senso me repreendia e me fazia perguntas que eu não sabia responder. Eu estava confuso.

- Eu... eu... beijei você... - minha afirmação saiu mais parecida com uma pergunta.
- Você enlouqueceu, seu idiota? - perguntou Andrew, perplexa.
- Me desculpe, eu... eu não... não sei nem por que fiz isso. - gaguejei, completamente atordoado.
- Não acredito que encostou essa boca cheia de baba de líder de torcida em mim! Eu devia matar você, te esquartejar e jogar seus pedaços no bueiro! - gritou ela.

Ela estava sendo injusta. Eu não havia planejado beijá-la. Não fiz aquilo por maldade. Foi então que a confusão na minha cabeça começou a lançar sandices para minha boca:
- Ei, ei, ei! Você me beijou também! - ataquei.
- Argh! Eu empurrei você, isso sim! - gritou ela de volta.
- Mas que droga! Pare com isso, Andrew! Eu não sei o que me deu! - esbravejei, colocando a mão na cabeça, cansado de discussões.
- Então faça o favor de ficar longe de verdade de mim dessa vez! Seu tarado! Só não beija a mãe porque é sagrado! Argh! Que nojo! - gritou ela, passando teatralmente a mão na boca. - Eu odeio, odeio, odeio você!

Andrew saiu da cozinha batendo o pé. Subiu as escadas fazendo um barulho estrondoso no taco do chão. Eu fiquei na cozinha, meio zonzo, desejando que aquilo tivesse sido só um pesadelo. Fechei os olhos com força, na esperança de estar em minha cama quando os abrisse. Mas ainda estava na cozinha. Se antes minha convivência com Andrew já era difícil, agora então seria impossível. Me arrastei pela escada para ir ao meu quarto. Hesitei um pouco no corredor, pensando seriamente na opção da faca na bancada da cozinha. Revirei os olhos me achando ridículo e entrei no meu quarto.

Sentei na minha cama, olhando para o grande espelho perto da janela. Meu rosto estava frustrado. Quando olhei meus próprios olhos, os fatos anteriores começaram a rodar na minha cabeça. Pensei em todas as garotas com quem tinha me envolvido. Elas eram lindas, cobiçadas pelos meus próprios amigos. Estava em dúvida se a mais bonita era Selena ou Ashley. Selena era ruivinha, apimentada, só que fácil demais. Ashley, uma loirinha maravilhosa mas com pouquíssimo conteúdo. E Liz? Ela era uma das mais legais. Era bom conversar com ela, mas mesmo assim eu não consegui me prender a ela nem fortificar o que eu sentia. Não importava quantas eu beijasse, nenhuma delas alcançava o fundo do meu coração. Era apenas azaração. Elas era lindas, mas eram passageiras em minha mente. Os beijos com elas eram ardentes e me deixavam sem fôlego, mas eu não me perdia neles, como havia me perdido beijando... Andrew Ammy Marie Marew.

Naquele instante tudo perdeu o sentido. Que graça tinha ser o capitão do time de basquete? Que graça tinha ser invejado pelos garotos na escola? Que graça tinha me envolver com tantas garotas? Parecia um esforço idiota para alcançar o vento. O que isso acrescentava em minha vida, a não ser futilidade? Mas entre tudo o que estava à minha volta, uma única coisa parecia valer a pena.

Levantei assustado da cama ao ter esse pensamento. Olhei meu rosto novamente no espelho, só que mais de perto. Encostei o rosto no vidro frio, e fechei os olhos. Senti como se várias mãos tentassem alcançar meu coração. De repente uma delas, que possuia uma adaga afiada, cravou a lâmina brilhante bem no centro. Uma dor aguda percorreu minhas veias. A dor passou, mas algo ainda estava dolorido. Cada batida do meu coração latejava suavemente, mas aquilo não era ruim. Cada batida tinha um significado. Cada batida batia por alguém. Então reconheci a mão que fincou a faca em minha alma e deixou uma marca eterna. Era Andrew.

Abri os olhos para o espelho e encarei a realidade. Eu estava apaixonado por Andrew Marew.

3 comentários:

Anônimo disse...

Amadureceu bastante nesse capitulo heim, senhor Brad?

isso parecer ser um real arrependimento e sendo assim ele merece mesmo uma chance de começar de novo.

ja que ele mudou, acho q ele esta pronto pra ficar com Andrew.

Ah se todas as pessoas caissem na real dessa forma...

JeSs disse...

tah veeendo... todos merecem uma chance

Anônimo disse...

todos merecem uma chance e o benficio da duvida.

mas pra merecer tem q se arrepender
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