sábado, 5 de setembro de 2009

O Palco de Agatha - Parte 23 - FINAL

- WOOOOOOOOOOOOOWWWWW!!!! - agitava o carro de polícia do lado de fora.

- Ah droga, a polícia! - assustou-se Gerard.
- Quem chamou a polícia? - perguntou Tomas, ainda ajoelhado no chão.
- Ah, e-eu chamei. Sei lá, não sabia que voce ia convencer Agatha a se matar.
- Como vamos explicar a polícia esse monte de corpos aqui?
- Desculpe Tom, eu só quis ajudar...

Tomas beijou a testa de Agatha e fitou seu rosto perfeito uma última vez. Deixou-a no chão, com o corpo frio e branco, deitada em seu sono eterno. Levantou-se, pegou a mão de Antonella e o braço de Gerard, e se posicionou para sair das ruínas. Do lado de fora, dois carros de polícia esperavam, armados.
- Olá policiais. - cumprimentou Tomas, abatido pelo ocorrido.
- Ora ora, vejam só. Três adultos? Disseram no telefone que eram um bando de adolescentes vandalizando por aqui. - resmungou o policial mais alto.
- Fu-fui eu que liguei. Eu só queria atrair a polícia pra cá, e se eu contasse a história verdadeira, ninguém acreditaria - gaguejou Gerard.
- Vocês estavam dentro das ruínas? Ei, vocês sabem que aqui é uma àrea de risco? Perigo de intoxicação e irradiação. Tem um líquido venenoso derramado por toda parte, o local está isolado por causa disso... - tagarelou outro policial, preocupado.
- A gente sabe. E é por isso que entramos. Se entrarem verão vários corpos. Os mortos do acidente do teatro se tornaram zumbis e tentaram nos matar. Podem vasculhar os corpos, eles tem o corpo frio e estranho, olhos verdes horripilantes. - se intrometeu Antonella.
- Estão tentando zoar com a nossa cara? - perguntou um policial, com os olhos desconfiados.
- Sou Gerard Stewith, um conceituado cientista. Posso atestar sobre a base de meus diplomas que esta senhora está falando a verdade. O líquido tóxico provocou alguma reação nas células vivas dos corpos e os reavivou. Eles se tornaram seres um pouco corrompidos, porque a reavivação não foi perfeita. Estavam descontrolados e loucos, e queriam nos matar. Vasculhem o local, vão ver que falamos a verdade.

A história de Gerard, Tomas e Antonella foi atestada. Os corpos era prova viva da impossibilidade macabra que ocorrera alí. Os corpos foram recolhidos, com a medida certa de segurança, e levados para um tipo de cemitério especial, onde os corpos foram congelados para não transferirem nenhum perigo a outros seres vivos.

Tomas reclamou o corpo de Agatha; queria enterrar finalmente sua falecida esposa. Mas o governo foi cruel em sua decisão. Para o bem geral, Agatha foi congelada eternamente com os outros zumbis. Gerard e Tomas continuaram amigos, principalmente pelo fato de que Gerard arriscou a vida para tentar salvar Tomas. Se antes já eram como irmãos, agora a fraternidade era inquebrantável. A única coisa frágil nos relacionamentos agora era seu casamento com Antonella. Tomas não podia continuar casado com ela. Esse acontecimento só trouxe de volta toda a angústia e depressão de Tomas, como na época inicial do acidente. Antonella não suportaria lutar pelo amor de Tomas outra vez, como fizera a vida toda. O divórcio foi aceito por ambos, mas nem ao menos uma amizade perdurou. Antonella agora odiava Tomas, e seu ódio comum por Agatha se agravou mais.
- Aquela maldita. Até morta pela segunda vez consegue acabar com a minha vida! - era só o que sabia resmungar todos os dias.

O local do acidente, onde ficou apenas ruínas do teatro Del Bellis, foi limpo pelos oficiais do exército militar. Em lugar do enorme tetro, foi construída uma praça verde com várias àrvores frondosas. Mesmo com a bela paisagem, o local era sombrio. A praça foi contruída como homenagem às vitimas do acidente. O nome dado ao local foi "Eternal life strange shadow", que significava "Eterna sombra da vida estranha", que representava bem a estranha e curta vida que os zumbis obtiveram pelo líquido tóxico.

Tomas passava todo fim de tarde naquela praça, todos os dias de sua vida, sempre com um buquê de rosas brancas nos braços, que deixava no banco frio que se sentava. Dizem que toda vez que o sol cai no horizonte e a lua se posta no céu, o som de piano suavemente domina por entre as àrvores.


FIM
FIM

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