quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Última Traição - Parte 14

Simon foi comissionado enfim a ir ao Oeste, para apaziguar uma rebelião dos já derrotados nativos da região. Enquanto isso no Sul, o casamente de Lira e Simon era preparado e programado para quando ele voltasse. Depois de uma semana desde sua partida, o vestido de noiva de Lira estava quase pronto:

- NADINE!!! Estou começando a achar que você me espeta com essas agulhas por maldade! - gritou Lira em cima da banqueta com o belo vestido branco.
- Princesa, já disse que seria mais fácil se a senhorita ficasse quieta, mas fica se remexendo aí! - respondeu Nadine, ainda arrumando a cintura do vestido.
- Esse vestido está bom já... nem sei porque tanta coisa...
- É um casamento, não um bailezinho... por favor, não se mecha!

Duas semanas se passaram e o exército que partiu com Simon não mandava notícias. Foi quando uma carta chegou informando que eles haviam perdido alguns homens. Irian correu para o quarto de Lira.
- Suas preces foram atendidas, princesa. Pessoas estão morrendo no Oeste.
- Simon? Ele... ele está ferido? - disse Lira num tom perceptível de preocupação.
- O que... está... está preocupada com o almofadinha? - perguntou Irian
- Não! Só perguntei por... perguntar...
- Não, seu futuro marido parece ser o único que está realmente bem. Vaso ruim não quebra... fácil! Ainda bem que nada ocorreu com ele, assim os nossos planos não vão por agua a baixo.
- Claro, os planos...
- Lira, princesa, olhe pra mim. - exigiu Irian - A senhorita não está gostando desse príncipe, está?
- Claro que não Irian!
- Não se apegue a ele alteza, não poderá ficar com ele, sabe disso. Quantas vezes tenho que lembrá-la da sua promessa. Pobre de sua mãe, se eu não fosse tão fiel a ela a ponto de instar vez após vez com você, você já a teria esquecido!
- Não fale assim Irian, não é verdade! Lembro de minha mãe o tempo todo. Não estou apaixonada por Simon Castella! - falou Lira, nervosa.
- Tudo bem, tudo bem. É bom que acabe com qualquer ponta de sentimento que possa ter por ele. Lembre-se, o destino dele está traçado, ele tem que morrer por um bem maior.
- Se retire do meu quarto Irian, preciso descançar. Não quero mais saber notícias do Oeste.
- Como quiser alteza. Bom descanço.

Irian saiu do quarto de Lira e se dirigiu para seus aposentos, onde Jequibeth coloca a travessa em cima da mesa com o jantar do serviçal. Irian entrou com passos duros, no rosto, uma expressão de raiva. Bateu a mão com força na travessa, lançando toda a comida no chão:
- AQUELA IDIOTA!!! - gritou Irian.
- O que houve senhor? Se acalme por favor! - pediu Jequibeth, ajoelha e pegando os cacos da louça quebrada pelo chão.
- Lira, aquela princesinha mimada... aquela... aquela cabeça oca... aquela fresca insuportável! Está gostando do príncipe maldito!
- Isso não é bom? Assim ela não se recusa mais a casar... - falou Jequibeth, baixinho.
- BOM? BOM, JEQUIBETH? - gritou Irian novamente - Ela não vai querer cumprir os planos, vai querer ficar com ele!!!
- Ah meu senhor...
- Não, se ela pensa que pode desistir de tudo que demoramos uma vida toda para planejar, ela está enganada. Vou atormentar tanto a cabeça dela com o remorso por não cumprir a promessa que ela nunca viverá em paz. E se mesmo assim ela desistir do plano...
- O que, senhor?
- Eu conto tudo... TUDO! Tudo o que planejamos para o pai dela e pro príncipe amado dela!
- Mas aí o senhor vai morrer! Vão condená-lo a morte por conspiração!
- Eu morro, mas a levo comigo! - resmungou Irian em seu sorriso maquiavélico.

Nenhum comentário: