terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Última Traição - Parte 12

- Boa noite vossa alteza, o rei mandou servir o jantar. - disse Amália, uma das serviçais da casa.
- Já vou Amália! - respondeu Lira sentada na cama de seda rosa.
- O rei Marshall pediu para descer logo. O príncipe Simon já está com o rei esperando vossa alteza na mesa.
- Diga que não estou com fome! - respondeu Lira imediatamente ríspida.
- Princesa Liiiiraaa... - resmungou Irian sentado na banqueta.
- Droga! - murmurou Lira, baixando os olhos - está bem, diga que já vou.
- Sim alteza.

Amália desceu a grande escada e dirigiu-se à sala de jantar. Marshall estava sentado na cabeceira da longa mesa de madeira envernizada coberta pela toalha vermelha imperial, onde pratos de porcelana e copos de cristal jaziam brilhando à luz das velas nos candelabros, e Simon estava na cadeira macia ao lado direito do rei.
- Majestade, a princesa já vai descer. - disse Amália, e seu tom baixo e subordinado.
- Já era em tempo... pode ir servindo. - murmurou Marshall
- Não vai esperar vossa filha descer? - perguntou Simon.
- Não... ela já está descendo... ah, falando no anjo...

Lira apareceu à porta da sala de jantar, e foi sentar-se ao lado esquerdo de seu pai, em frente à Simon. Quando Lira se sentou, um sorriso se acendeu nos labios de Simon, e repentinamente Lira jogou um olhar atravessado cheio de raiva para o príncipe, que o fez soltar uma risada baixa. Marshall sentiu o ambiente à sua frente:
- É, parece que vocês dois já estão se conhecendo melhor. - comentou Marshall sacarsticamente.
- Muito melhor majestade! - disse Simon, dando ênfase ao "muito"
- Eu já o mandei para o inferno hoje? - falou Lira, ríspida.
- Lira! Modos... - redarguiu Marshall

Nesse momento os serviçais começaram a servir os pratos. Lira lançou um olhar nada gentil para o pai, que já começara a comer.
- Realmente estou sem fome, pai. Posso me retirar?
- Lira, seja uma boa menina e apenas nos acompanhe, sim?

Foi quando um soldado entrou na sala.
- Vossa majestade, o chefe do exército solicita tua presença imediatamente ao saguão inferior.
- Como ousa atrapalhar meu jantar?
- Sinto muito vossa majestade, mas um batalhão voltou do Oeste com notícias importantes. Alguns estão feridos.
- Droga! Vamos agora!
- Quer que eu vá também majestade? - perguntou Simon.
- Faça companhia a Lira, sim? Odeio deixa-la sozinha no jantar. Não deve ser nada grave, só uns erros de estratégia.
- Claro!

Marshall e o soldado deixaram a sala de jantar. Os empregados estavam na parte interior. A sala escura iluminada a luz de velas agora deixavam frente a frente Simon e Lira. Ele, com seu olhar galante e ela com sua raiva fervendo nos olhos claros.

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