segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 16

Empurrei a porta do ginásio com tudo. Deixei minha bolsa cair perto da cesta de basquete, e encostei no cano que cercava a arquibancada. Olhei do lado e vi ela - Andrew Marew sentada na arquibancada, mais ou menos na 3ª fileira, distraída, riscando seu caderno. Senti meus lábios se repuxarem nos cantos, e fiquei surpreso sem entender por que estava sorrindo ao vê-la.

Levantei-me disposto a resolver os últimos mau-entendidos, com a intenção de pelo menos voltar a ter um pacto do silêncio sem esse melodrama de ódio eterno. Fiquei ainda na quadra, encostado no cano que cercava a arquibancada, de frente para ela:
- Deixa eu adivinhar... está desenhando alienígenas? - perguntei, zombador. Que bela maneira de começar um tratado de paz.

Andrew se assustou, mas assim que viu que era eu, jogou o caderno com ódio dentro da bolsa, a fim de sair dalí.
- Não, não, não! Espera... prometo que não vou perturbar você. É só que... achei estranho você passar o restante do intervalo aqui, no ginásio. - falei, calmamente.
- Não ia ficar no refeitório assistindo duas idiotas se esbofetearem por causa de um babaca!- respondeu ela, ríspida, colocando a bolsa de lado.
- Aquilo foi mesmo idiotisse...- murmurei.
- Sério? - perguntou ela, desconfiada - Achei que você estivesse todo alegrinho com a situação.
- Você não pode ver a expressão no meu rosto? Estou cansado de tudo isso, Andrew.
- Bem vindo ao mundo dos populares, recluso. - respondeu ela, ironicamente, e eu reconheci a frase que eu mesmo disse para ela uns dias antes.
- Andrew, eu só queria que a gente parasse com isso. Eu realmente odeio ficar de birrinha com você. Não precisamos ofender um ao outro... e também não precisamos dar palmadas um no outro. - ela revirou os olhos quando disse isso. - Eu sei que você não me suporta, mas... não podemos voltar ao nosso antigo pacto? Você não existe, eu não existo, dimensões diferentes? Até que tava dando certo.

Andrew pensou por um instante, enquanto me olhava com as sombrancelhas unidas.
- Tudo bem! Adeus Bradley Tommas. - respondeu ela, se levantando.
- Ótimo! Temos um pacto. Adeus Andrew Marew. - respondi.

Ela saiu do ginásio sem olhar para trás. Eu fiquei esperando que o alívio viesse, que eu me sentisse leve de novo, sem culpa e sem peso na consciência. Achei que tudo o que eu precisava era ficar em paz com Andrew e excluí-la da minha vida novamente. Mas o alívio não veio. Continuava a me sentir tão mal, ou até mais do que antes.

Um comentário:

Anônimo disse...

ontem nao teve ne?
fiquei ansioso pra ler
rsrs