sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou De Novo - Capítulo 14

Fiquei o domingo inteiro no quarto amoado, porque sabia que segunda feira seria o terceiro pior dia da minha vida. Andar pela escola com Ashley de mãos dadas seria o mesmo que um chiuaua com uma coleira enorme sendo arrastado para ser castrado. O que mais me irritava é que Andrew cantarolava pela casa toda animadinha.

Na segunda de manhã o céu estava claro, e prometia um belo dia de sol. Nem isso foi o bastante para me animar. Desci as escadas me arrastando, como um condenado pelo corredor da morte. Parei na sala e espiei pela janela. Os sedan de Jonathan e a minivan da minha mãe não estavam na garagem, então ambos já tinham ido trabalhar. Minha mãe era corretora e Jonathan cuidava do departamento pessoal de uma empresa. Isso rendia uma boa grana, mas não influenciava nada na miséria que eu recebia de mesada. Não via a hora de chegar as férias de verão para arranjar um emprego temporário e dar uma turbinada no meu Maverick.

Entrei na cozinha para tomar um leite rápido. É claro que Andrew estava alí, na cadeira de sempre, me olhando com a cara de bruxa infeliz que foi expulsa do inferno de sempre e comendo as torradas de sempre com o café preto de sempre.
- Bom dia, Mister Peitoral! - saudou ela.
- Bom dia vampira recauchutada. - falei. Nossa, eu devia estar mal mesmo. Vampira recauchutada?
- Ei, não parece animado para seu primeiro dia de aula sendo um cara compromissado. - reclamou a Mortícia.
- To flutuando de tanta alegria, olha meu sorrisão. - sorri, tão forçado que ela riu.
- Tá parecendo mais um pit bull idoso. - riu ela mais ainda.
- O Stuart vai vir hoje aqui... to com saudade daquele gostoso! - brinquei.
- Pare com isso, Brad! Eu realmente não gosto de brincadeiras homossexuais.
- Sinceramente? Achei ele um panaca. Ele é legal, mas não faz seu estilo. - falei, despreocupadamente, enquanto remexia a colher no copo de leite com achocolatado.
- É uma pena, porque Ashley Hanners também não faz seu estilo. Eu sei que você ama uma vagabunda, mas Ashley é vadia demais. - reclamou Andrew.
- Ei! Eu não estou denegrindo a moral do seu namorado, então, por favor, respeite a da minha namorada.
- Quando você virar o chifrudo do colegio, não diga que não avisei! - ameaçou Andrew, se levantando da cadeira e se dirigindo à porta da cozinha.
- E quando você resolver perder a virgindade e o mané lá brochar, não fique frustrada, ok? - apelei. Eu estava meio retardado hoje. O compromisso me faz um mal danado mesmo.

Senti um estalo nas minhas costas. Cuspi involuntariamente o leite pelo impacto, enquanto a dor latejava. Olhei para trás assustado, e me deparei com Andrew agachada amarrando o coturno. A filha da mãe tinha me jogado aquele sapatão enorme nas costas? Bati o copo na mesa e olhei pra ela.
- Olha, eu nunca bati em mulher, mas estou começando a mudar de idéia. Meus princípios estão ficando fracos diante da minha raiva... - ameacei.
- Vai me bater, Bradley Tommas? Bate, e quero ver você encarar meu pai depois. - desafiou Andrew, sorrindo.

Ah, aquilo já era demais. Ela tinha invadido meu quarto, me dedado pra minha mãe, vivia gozando da minha cara e agora tinha me jogado um sapato nas costas. Tirei a camisa branca e olhei para ver se tinha sujado. Tinha mesmo... minha camisa favorita. A marca da sola do sapato de Andrew não ia sair facilmente com àgua e sabão. Era a gota d'agua.

Joguei a camisa no chão e peguei Andrew pelas pernas jogando o corpo dela no meu ombro. Ela era leve, e parecia frágil, mas a raiva estava fervilhando dentro de mim, então desprezei meus princípios. Se Jonathan tinha mimado aquela garota, a vida teria que ensinar uma lição para ela. Incrível, acho que a vida me escolheu para isso. Levei ela para sala, enquanto ela esperneava e me mandava soltá-la. Sentei no sofá, deitando ela de bruço no meu colo, e comecei a lhe dar palmadas. Eu não era um ogro, logicamente. Nunca iria usar toda minha força bruta contra uma garota. As palmadas eram leves, porque minha intenção não era machucá-la, e sim constrangê-la. Ela estava com uma saia pregada de couro preto, então com certeza não doeu nada. A vergonha de ter levado palmadas iria latejar no orgulho dela para sempre. Mas a demônia me mordeu no braço e saltou do meu colo, enfurecida.

- Você enloqueceu, garoto! Idiota! Troglodita!!! - gritou ela.
- Não, só achei que estava mais do que na hora de você levar umas palmadas. - rebati.
- Eu achei que não poderia te odiar mais do que já odiava. Agora vejo que você supera o pior sentimento do mundo! - gritou ela, mais alto ainda, o rosto ficando vermelho de tanta raiva que chegou a enxer-lhe os olhos de lágrimas.
- Agora você vai pensar duas vezes antes de se meter comigo. - ralhei, esfregando o braço onde ela havia me mordido.

Foi então que percebi que Andrew não estava com a costumeira maquiagem escura. Ele havia passado um lápis preto nos olhos, mas era leve, até menos do que Ashley usava. A blusa por cima da saia pregada de couro era preta, mas era uma regata mais feminina do que aquelas camisetonas com nome de banda que ela sempre usava. Tirando o coturno enorme, ela até parecia uma bonequinha... uma bonequinha meio gótica, talvez uma barbie da Amy Lee, mas ainda sim uma bonequinha. A raiva era tanta que ela começou a chorar, e eu me assustei, esquecendo completamente o motivo pelo qual tinha brigado com ela.

- Ei, calma... eu... eu só queria que você aprendesse a lição. Droga, Andrew, eu perdi a cabeça. Me desculpa, tá? - as lágrimas femininas eram a coisa que eu mais temia. Vindas de Andrew, então, eram a coisa mais assustadora do mundo para mim. Fiquei desesperado. Me aproximei dela, pegando seu rosto entre as mãos. - É sério, Andrew. Me desculpa.

Ela me fitou por um instante com os olhos molhados. Foi um instante tão curto, mas ao mesmo tempo, tão longo. Senti uma fincada no fundo do meu coração, e não entendi o que era aquilo. De repente, ela me empurrou.
- Sai, Brad! Nunca mais encoste um dedo em mim! Eu te odeio! - gritou ela, pegando a bolsa na poltrona e saindo pela porta da sala.

Fiquei alí, completamente confuso... e sem camisa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Achou q eu nao viria?
hehehe
ah ta bom vc me convenceu, amanha começo a ler desde o primeiro capitulo.
voce sabe usar muito bem as palavras, com certeza vou gostar da historia.

bjooo

Anônimo disse...

ja li tudo...
nao disse?
gostei sim
rsrsr
amanha eu volto pra ler o proximo capiutlo!
ate mais