terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 24

Saí pela porta do refeitório e vi de relance Liz sorrindo pra si mesma. Andei pelo pátio chegando ao estacionamento. Fiquei olhando meu velho Maverick pensando no que faria. Não queria voltar para a sala de aula, então entrei no carro e liguei o motor.

Quando cheguei em casa, fiquei surpreso ao ver que a moto Halley de Andrew estava na garagem. Sinal de que ela também tinha pirado da aula.

Entrei pela porta da sala e joguei minha bolsa no sofá. Olhei rapidamente para a escada, mas fui direto para a cozinha. Peguei um copo e enchi com àgua. Enquanto tomava o primeiro gole, ouvi os passos leves de Andrew atrás de mim. Já estava acostumado a decifrar a presença dela. Me virei sem me assustar dessa vez.

- Você fez de novo, não é? - perguntou ela, calma, se encostando no balcão próximo de mim.
- O que? - perguntei, confuso.
- Terminou com uma líder de torcida na frente de todo mundo. - respondeu ela, olhando para mim indescritivelmente.
- Olha, se Matt, Freud e Jonny contam como "todo mundo", a resposta é sim, porque só eles estavam na mesa. - argumentei, depressa.
- Brad, o fato de as pessoas não ouvirem o que você diz, não quer dizer que não saibam o que está fazendo. Pela cara dela ou pela sua própria expressão, todos definiram bem a situação.
- Você estava no refeitório? - perguntei.
- Sim, mas saí no instante em que vocês dois começaram a discutir. Não ia assistir àquela cena uma segunda vez. - respondeu ela, mais calma do que o normal. Achei que ficaria brava comigo, como da outra vez.
- Argh! Andrew, todo mundo sabia que ela ia sair com Adam Turnwell. Queria que eu fosse mais corno ainda aceitando conversar sobre término com ela depois da aula?
- Não. É por isso que não estou lhe dando um sermão. - falou ela, delicadamente.
- Obrigado. - falei, irônico.
- Sem problemas.

Tomei mais um gole de àgua. Andrew ainda estava alí.
- Por que foi embora da escola? - perguntei, engolindo a àgua.
- Perdi a vontade de estudar por hoje. Cabeça cheia, não ia tirar proveito nenhum. - respondeu ela, automaticamente fitando o vazio. - E você? - perguntou.
- Eu fugi de Ashley. Ela ia me perturbar. Sabe disso.
- Eu sei. Mas ela nem tem tão mal gosto assim. Aquele Adam é uma gracinha. - zombou Andrew.
- Adam é um babaca. - resmunguei, revirando os olhos.
- Não, o babaca da história é você. Ele é um gentleman. Já conversou com ele? - disse Andrew, ainda tentando me zuar.
- Já, e não vi nada demais nele. - respondi, seco.
- Deve ser porque você pensa com os bíceps e ele com o cérebro, provavelmente. - riu ela mais ainda. Que graça tinha em me insultar?
- Uau, você deveria escrever um livro de auto-ajuda. O título seria "como sentir vontade de se esfaquear em 5 capítulos". - falei, àspero e ironicamente.
- Não esquenta, Brad. Ashley não era a pessoa certa. Eu te avisei quando começou a namorar ela só pra não perder "status" no colégio. - refletiu Andrew.
- E existe "a pessoa certa"? - perguntei, gesticulando as aspas com as mãos.
- Não sei. Acredito que pra você, não. - ela riu.
- Ótimo, isso é mesmo de muita ajuda. - acabei rindo também.
- Você só precisa parar de fazer as coisas visando sua imagem perante os outros. - disse ela, se virando pra mim, me olhando nos olhos. - Precisa fazer as coisas porque você quer, porque sente que é o melhor.

Quando ela me olhou nos olhos, senti a mesma energia estranha daquela vez no refeitório antes de Liz me espancar e Ashley entrar em guerra com ela. Eu não conseguia piscar, nem falar. Percebi então que os olhos de Andrew estavam mais próximos, sem me lembrar de ter me inclinado mais para perto dela. Descobri que aquela energia era uma força desconhecida, mas muito forte, que nos empurrava involuntariamente um para o outro.

- Eu não me importo mais com o que os outros pensam. - eu consegui dizer, finalmente, e minha voz saiu falhada, no tom de um sussurro.

Nesse instante os olhos de Andrew que eu fitava perderam a forma, se tornando uma nuvem negra. Ao mesmo tempo que eu me perdia na escuridão, eu encontrava outro tipo de luz. A escuridão não era ruim, era algo bom. Eu me sentia confortável nela, como se por causa dela eu pudesse alcançar o inimaginável. Eu perdi o controle sobre os meus braços, mas ainda podia senti-los. Eu sabia que eles abraçavam algo com intensidade, mas ao mesmo instante, com cuidado, como se o que abraçavam fosse extremamente delicado e importante para eles. E meus lábios tocavam a superfície mais suave da qual eu já provara. E eu havia perdido o controle sobre eles também. Eles ansiavam por mais daquela suavidade na qual eu desejava cegamente me perder. E de alguma forma eu sabia que a superfície desse sonho mítico ansiava por mim também.

De repente senti uma força brusca me empurrar. A força não era tão grande assim, mas foi o bastante para me despertar do meu sonho. Fui obrigado a voltar a realidade, e percebi que a escuridão significava que eu havia fechado os olhos. Quando a luz do dia tornou as coisas diante de mim visíveis outra vez, vi Andrew me olhando com uma expressão completamente confusa, misturada com raiva. Eu a havia beijado. E ela havia me empurrado. Mas que diabos estava acontecendo comigo?

3 comentários:

Anônimo disse...

Puxa!
eu disse q a personalidade da Andrew tinha me agradado mais...

"- Deve ser porque você pensa com os bíceps e ele com o cérebro..."

isso acontece mesmo com caras como Brad
rsrsrs

e depois vem mais uma sequencia de conselhos muito bons!
sera q a Andrew tem telefone ou email? hehe

Jess, vc deveria escrever um livro de verdade, vc escreve muito bem, estou impressionado.
parabens!

ah! nao quero q o Brad fique com ela, ele é muito inferior à Andrew.

JeSs disse...

ahsuahshaua
tadiiiiiiiiiiiinho do brad
:(

Anônimo disse...

parcialidade nao combina com a dona da historia
rsrsrs