quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 5

Liz andava com passos suaves, que não combinavam com o humor desequilibrado que ela deveria estar. Se aproximou da mesa delicadamente, e, olhou de relance para mim, se virando para Freud.
- Oi Freud, lembra aquela música do Epica que você me aconselhou a baixar? - perguntou Liz, docemente.
- Le-le-lembro... - gaguejou Freud.
- Então... eu A-DO-REI! - disse Liz, sorrindo. - Gostaria que passasse lá em casa amanhã para me dar mais uns toques sobre esses tipos de música que não costumo ouvir. O que você acha?
- Liz, você odeia metal, rock e qualquer coisa que tenha guitarra! Mandou Freud pastar quando ele te aconselhou a ouvir Epica. - eu cortei, pasmo demais com o cinismo dela.
- Não estou falando com você! - ela resmungou, curta e grossa - Freud, e então, o que me diz?
- Claro! - respondeu Freud.
- Ótimo, te vejo amanhã! - sorriu Liz, saindo da nossa mesa.

Eu não sabia se ria ou se vomitava. Liz estava apelando. Selena, uma das líderes que eu já tinha saído, também ficou meia magoada quando não liguei em um fim de semana. Ela apelou também, mas não decaiu tanto se jogando pro Freud. Mais esperta, ela partiu pra cima do Matt, mas o máximo que conseguiu, ao invez de me irritar, foi fazer com que eu e Matt ficássemos rindo comparando como ela se saiu no beijo comigo e com ele. Selena ficou possessa, mas depois de duas semanas, voltou a falar comigo. Talvez Liz, depois de uns tombos, também me perdoasse e entendesse minha posição na sociedade escolar.

- Agora você vai perder todas as chances com a Andrew. - falou Jonny, comendo um pão de mel.
- Ei, dei muitas chances à ela. Mas se Liz quer conselhos musicais, não vou negar um bem à humanidade. - respondeu Freud.
- Você é tão pilantra quanto o Matt. Pega meu resto. - murmurei, rindo.
- Amigos são pra essas coisas! - falou Matt, dando tapinhas nas minhas costas.
- Depois de três dias saindo com o Freud, Liz vai querer se matar... ainda mais quando perceber que você não dá a mínima. - refletiu Jonny.
- Bem, vou indo. Tenho um longo fim de semana... com Ashley Hanners! - enfatizei.
- Fala como se fosse um martírio. A loirinha é um sonho. Ela me deu três foras, cara. - reclamou Jonny.
- Quando eu der o fora nela, talvez você tenha uma chace! - zombei.
- Vai pro inferno! Está escrito "Matt" na minha testa? Ex de amigo meu pra mim é homem! - zombou Jonny.
- Ashley Hanners nunca será homem para mim, hehehe! - falou Matt.
- Vou mandar fazer uma plaquinha para você e Freud pendurarem nas costas: "Meninas com desilusões amorosas, consolo grátis!". - brinquei.



Parei meu velho Maverick preto na frente de casa. Não podia guardar na garagem porque a legalzona da Andrew parou a Halley preta bem na frente do portão. Eu podia passar por cima daquela motoca velha numa boa com meu carro, mas aí eu estaria invadindo a dimensão dela, e não queria ter outro raro diálogo com minha não-irmã. Para evitar um encontro desagradável com a alienígena da minha casa, parei o carro alí mesmo, desci e fui para dentro calmamente com o intuito de deixar um bilhete delicado na porta do quarto de Andrew para que ela tirasse a lata velha do caminho.

Fui até a cozinha beber um copo de água. Não tinha almoço pronto, ótimo! Minha mãe tinha se atrasado no trabalho outra vez, então provavelmente comeríamos comida italiana do restaurante furreca da esquina. Escutei uns passos na escada. Seria o Jonathan? Nesse instante o pequeno ser macabro entrou no ambiente, deixando tudo negro.
- Você não vale nada, Bradley Tommas! - Andrew falou meu nome como se fosse um palavrão.
- Epa, epa, epa! Você está quebrando as regras. Alow, eu não existo para você e você não existe para mim. Assim você estraga a paz entre nossas dimensões. - falei, me sentindo um idiota, pois quem escutasse aquilo ia achar que eu era doido.
- É difícil demais ignorar suas sujeiras, Brad.
- Andrew, do que você está falando? - perguntei, ainda me sentindo estranho por conversar com ela.
- Como... como pode terminar com a Liz num dia e sair com a melhor amiga dela no outro? Você sempre foi um canalha nojento, mas nunca fez uma sujeira tão grande!
- Eeeei! O que você tem a ver com a minha vida?
- Eu? Nada! Mas sua mãe vai adorar saber disso!
- Minha mãe sabe que saio com várias garotas.
- Sua mãe não sabe que você muda de namorada como muda de cueca... do dia para a noite!
- Por que está tão preocupada com minha moral? - perguntei, não entendendo aquele ataque.
- Eu tentei conviver com você, mas tenho que assistir diariamente os seus atos asquerosos. Gosto da Janet, e não quero que ela se depare de repente com um filho marginal.
- Andrew, Andrew... não é porque saio com várias meninas que vou me tornar um bandido.
- Começa assim, Brad. Você acha que pode enganar as mulheres, depois acha que pode enganar as autoridades.... eu li sobre isso... é assim que o mau caráter se forma!
- Você é pirada! Volta pra marte!

Nesse instante ouvimos a porta da sala se abrir. Era minha mãe, certeza. Os passos apressados com batidas do saltinho fino no assoalho se aproximavam da cozinha. Andrew olhou para mim com uma expressão maldosa.

4 comentários:

Jota disse...

Opa mais um conto :D
Qualquer dia desses eu paro e leio tudinho do começo :D
Beijosss!

Anônimo disse...

nao li tudo, mas gostei da parte que falou do maverick
hehe
continua assim!

JeSs disse...

ahsuahsuhaus
obrigada

Anônimo disse...

nao sei bem como funciona esse perfil de blog, mas o Maverick V8 su eu, mudei o meu nome...

é aí esta a primeira apariçao do velho mmaverick..
espero que ate o fim da historia, esse maverick ja esteja todo restaurado e fazendo tempo de pelo menos uns 9 segundos nos 400mts.

kkkkkkkk