segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 3

- Liz... por favor... - tentei ser maleável.
- Por favor nada, Brad, seu covarde! - gritou ela. Tudo bem, vai ser do jeito mais difícil.
- Certo! Eu não queria te magoar, mas já que é assim... se toca, Liz! Acabou! É tão simples. - eu falei, curto e grosso.

O rosto de Liz desmorou, os olhos ficando vermelhos. Droga, era isso que eu queria evitar. Mas eu não tinha culpa se Liz estava gostando mesmo de mim. Todo mundo sabia que eu não levava ela a sério. Ninguém leva as líderes de torcida a sério. E não é culpa de nós, homens. Elas é que não se dão ao valor.

Liz saiu correndo da sala, quase atropelando o professor Marcos.
- O que houve? - perguntou o professor para a sala.
- Brad deu o fora na Liz na frente de todo mundo! - respondeu Andrew. Bocuda filha da mãe!
- Senhor Stanley... - disse o Professor Marcos olhando para mim - ... faça-me o favor de resolver seus problemas pessoais fora da escola. Exibicionismo é degradante! Todos nos lugares, vamos começar a aula.
- Valeu, noiva cadáver! - sussurrei para Andrew, que sorriu maquiavélica.

A aula correu massante e entediante. Eu gostava de matemática e era bom na matéria. Eu até me divertia resolvendo os exercícios, mas eu era tão bom nisso que terminava cedo demais. E sendo o professor Marcos o mais durão dos professores, a sala não se atrevia a abrir a boca. Então eu tinha que ficar desenhando na capa de trás do caderno. Mas com Andrew grudada na minha carteira, ficava ridículo eu desenhar perto dela. Com certeza ela ia rir dos meus carros mal feitos. Então, sem nada pra fazer, olhei para ela.

Bom, nesse ângulo ela não era tão morta viva assim. Ela tinha um perfil bonito. O nariz pontudinho, os cílios compridos e o cabelo moldando o rostinho de boneca de porcelana. Resolvendo os exercícios ela ficava interessante, com aquele ar inlectualmente superior que ela já possuía. De boca fechada, ela chegava a ser atraente. Irgh! Mas o que é que eu estou dizendo? É Andrew Marew, a alienígena da escola. Bom, esse apelido não fui eu quem deu. Ela é que costumava dizer que não era humana, porque odiava os seres humanos.

Revirei os olhos e rondei a sala, silenciosa. Meu olhar cruzou com o de Ashley, na segunda carteira do outro lado da sala. Ela sorria. Pensei que ela fosse amiga de Liz, mas ela estava contente demais com o término do nosso não-namoro. Ela me deu uma piscadela e fez sinalzinho de telefone com a mão outra vez. Essas líderes de torcida! Eu podia jurar que não existia nada mais fácil de conseguir, do que o carinho delas.

Nesse instante escutei alguém bufando. Virei o rosto e dei de cara com Andrew me olhando como se eu fosse uma aberração. Ela balançou a cabeça negativamente e murmurou algo como "não acredito que está fazendo isso" e voltou a fazer o exercício. Eu ia perguntar qual era o problema dela, mas geralmente não era eu quem quebrava nosso pacto do silêncio e sim ela com suas implicâncias infundadas. Revirei os olhos e comecei a fitar o teto.

O sinal tocou. Intervalo graaaaaças a Deus. Saí da carteira com pressa de me livrar da energia negativa que emanava de Andrew, e parti pro refeitório. Tive a leve impressão de escutar Ashley me chamar, mas ignorei o fato da possibilidade e continuei andando. Eu ia dar uma chance a Ashley, mas não estava a fim de resolver isso agora. Eu podia parecer um canalha aos olhos de Andrew, mas eu tinha meus princípios. Merecia uns dias de folga da vida de pegador. Apertei mais o passo.

Um comentário:

Anônimo disse...

iiiiiiiiii
ja to vendo o final esses "irmaos" acabarem juntos.

ta de parabens Jess!