quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Minha Mãe Casou de Novo - Capítulo 19

As semanas corriam normais. Café da manhã, maverick, escola, Ashley, casa, cama... não exatamente nessa ordem. Andrew vez ou outra aparecia com Stuart em casa. Ele ria com o Jonathan, batia um papo com a minha mãe, comia alguma coisa e ia embora. Me perguntava quando é que ele e Andrew ficavam "sozinhos", namoravam mesmo. Aquilo parecia um namoro de 3 décadas atrás. Não que meu namoro fosse muito normal. Eu quase nunca deixava Ashley vir em casa, às vezes ia na casa dela, quando os pais dela não estavam. Na escola, eu me dedicava mais do que o normal às aulas, o que aumentou minha notas, pra ter uma desculpa pra não ouvir a tagarelice de Ashley, que agora sentava do meu lado. No intervalo sentava com meu amigos, mesmo com Ashley grudada no meu braço, apesar de Jonny insistir em implicar e fazer cara feia para mim. Eu realmente não sabia qual era o problema dele, e, na verdade, também não estava ligando pra isso.

Andrew voltou a fingir que eu não existia. Nosso pacto raramente era quebrado quando Stuart estava em casa, porque sua costumeira simpatia me incluía nas conversas, e às vezes, nem que fosse pra me ofender, ela falava comigo.

Nos fins de semana eu saia com Ashley por aí. Mas quando eu não estava beijando ela, era quase insuportável sua companhia. Ela vivia fofocando sobre a vida dos outros, falava mal do cabelo de Liz, e então elogiava os personagens de um livro. Eu não tenho certeza, porque não prestava muita atenção, mas o livro era uma epidemia entre as meninas. Chamava-se "Crepúsculo", e, p não era um só, era uma série. Ashley dizia estar no terceiro livro da série, e ficava comparando um tal de Jacob com um tal de Edward na dúvida eterna de qual dos dois era melhor. Eu não sabia qual dos dois que era o vampiro, mas quando ela disse que o vampiro brilhava no sol, caí na gargalhada.
- Do que está rindo? - peguntou Ashley, furiosa, segurando um livro com a capa negra e uma fitinha vermelha rasgada desenhada, enquanto eu dirigia meu Maverick.
- Qual é? Isso é um livro sobre vampiros ou sobre homens-glitter? - zombei.
- A pele do Edward é como se fosse mármore e diamante, por isso brilha no sol! - rugiu ela.
- Ah, então esse Edward que é o vampiro... - refleti.
- É! - respondeu Ashley, ríspida.
- E esse outro aí... o Jacó... ele é o que mesmo? - perguntei, tentando parecer interessado, visto que eu tinha realmente irritado ela.
- É JACOB! E ele é um lobisomen! - ela quase gritou.
- Hummm. Lobisomen... e ele também brilha?
- NÃO!
- Então acabou a dúvida. Jacó é melhor que o Edward. É o menos viadinho da história.
- Vai pro inferno, Brad. Jacob é lindo, mas o Edward não é viadinho.
- Jacob é lindo? Na minha época os lobisomens eram monstros. - resmunguei. - Então ele é um viadinho também. Pronto, é tudo gay nesse livro.
- Aff, Brad! Vocês homens realmente não sabem reconhecer uma boa história. Este é o melhor livro que eu já li na vida!
- Esse livro é um lixo... - murmurei.
- Pode ser um lixo pra você, senhor testosterona, mas todas as mulheres do universo são viciadas nessa história. - disse Ashley.
- Ah, mas não é mesmo. Acho que posso apontar alguém que com certeza vomitaria na capa do seu livrinho. - afirmei.
- Mulher? Duvido!
- Andrew Marew... conhece?
- Até mesmo a ogra da sua irmanzinha se derreteria por esse livro... se é que não já se derrete.
- Andrew? Não mesmo...
- Não me surpreenderia que ela tivesse a coleção inteira da saga Crepúsculo escondida debaixo da cama. - brincou Ashley, olhando pela janela do carro. Eu revirei os olhos. Aquilo era um absurdo.

Estacionei o carro na frente da casa de Ashley. Ela abriu a porta e saiu. Virou-se e disse:
- A propósito... parabéns!
- Parabéns pelo que? - me surpreendi.
- Um mês de namoro!!! - festejou ela.
- Já?
- Tá vendo! Comigo do seu lado, o tempo voooooa!!!
- Tchau Ashley. - resmunguei, me inclinando para fechar a porta do carona.
- Ei, quer ficar com meu livro pra ler? Esse na minha mão é o Eclipse, o terceiro. Mas tenho o primeiro, Crepúsculo, lá em cima. O que acha? - ofereceu ela. Eu não acreditei no que ela estava dizendo.
- Me dá isso aqui! - estiquei o braço e arranquei o livro da mão dela. Olhei pela minha janela e joguei o livro no meio da rua. - Pronto! Essa literatura estava te fazendo mal. Me lembre de fazer isso com seus outros livros dessa série. Tchau, minha linda! - e arranquei com o carro enquanto ela corria para o meio da rua pegar o livro, fervendo de ódio.

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